Desde o século XII e até Quinhentos, a história urbana de Tomar não se pode desligar da acção de Gualdim Pais, do infante D. Henrique e de D. Manuel I. O grão-Mestre templário foi quem esboçou um primeiro plano de urbanização geometrizante na Vila Baixa, entre a Ribafria.

* Uma duvida paira nas nossas cabeças quando olhamos para os mapas deixados por D. Gualdim Paes e pelo Infante D.Henrique, e porquê que o infante não alterou a estrutura da vila deixada por D. Gualdim... Será algum motivo em especial ou pura coincidência??

Tomar reúne todos os principais requisitos que tornam sagrada uma cidade. À semelhança de outras cidades sagradas, como Roma, Constantinopla ou mesmo Lisboa, Tomar dispõe-se sobre sete colinas, andando a significativamente intitulada mata dos Sete Montes associada aos conclaves iniciáticos dos Templários e ao seu enigmático tesouro.
No documento de doação do temporal de Cera (por parte de Afonso Henriques), os limites são estipulados a partir do Zêzere, mais precisamente a partir do porto de Kaiis (junto da foz do Codes), pelo meio da estrada, ao Mosteiro da Murta (ruínas do Mosteiro de S. Domingos, entre o actual rego da Murta e a serra de S. Saturnino), continuando pelo ribeiro da Murta abaixo, pela Fraxineta (ribeiro formado pela junção das ribeiras da Murta e daquela que vem das Feteiras, desaguando a cerca de 3 km a sul da Freixianda), até ao Porto de Tomar, que é na estrada de Coimbra que vai a Santarém. Prosseguia depois pelo meio da estrada nos cimos da margem direita da ribeira da Beselga até ao Tomar (Nabão) e depois por este rio abaixo até ao Zêzere e logo por este rio acima até ao porto de Kaiis. Por sua vez, a estrema do isento doado por D. Gilberto iniciava-se numa localidade denominada Porto de Tomar e situada na margem esquerda do rio Tomar, junto à actual povoação de Formigais. Seguia depois pela estrada que desde Coimbra se dirigia para Santarém, atravessando no porto de Ouréns (a ribeira de Ceiça) junto à actual povoação homónima e daí continuava pela mesma estrada até a sumidade da Beselga (montes do Furadouro), sita entre a Beselga de Cima e Moreiras Grandes. Depois, seguia pela margem direita da ribeira da Beselga até ao rio Tomar e dai pelo rio acima até ao Porto de Tomar, de onde partia.
Portanto, o Castelo de Cera, conforme consta da doação do temporal, abrangia o território situado em ambas as margens do rio Tomar, afluente do Zêzere e actual Nabão. Para nascente, estendia-se até ao Zêzere e, para poente, até à margem direita da ribeira da Beselga, que desagua no Nabão. Porém, a isenção que o bispo D. Gilberto fez, pela composição de 1159, não abrangia a margem esquerda do rio Tomar, onde se localiza a povoação de Ceras, junto da ribeira homónima e da aldeia dos Calvinos, a cerca de l5 km a E – NE de Tomar, mas apenas a parte confinada à margem direita, aquela onde se situa a colina do Castelo e que no documento de doação é apresentada como o dito termo de Cera.
Esperem novidades para breve.
Desejo a todos muita sorte.
Cumprimentos