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2/26/2007

Infante D. Henrique ou D. Duarte???























Terá realmente a figura do D. Duarte ter sido trocado pela do Infante D. Henrinque?

Vejam este site e explorem-no bem, pois contem muita informação. http://paineis.org/INDICE.htm

2/09/2007

O tesouro dos Templários em Tomar?

A representação simbólica que ornamenta uma das chaves de abóbada de uma sala do Covento de Cristo, que faz parte do Castelo de Tomar, é interpretada por Maurice Guinguand (O Ouro dos Templários: Gisors ou Tomar) como a representação de Hermes Trismegisto, considerado o fundador da alquimia. Esta poderá significar que esta «arte» era praticada no convento, o que também poderia ser testemunhado pela presença de um ovo alquímico que ainda pode ser visto na parte ocidental do castelo. Lembremos que na Idade Média e no Renascimento, a alquimia constituía uma verdadeira filososfia da matéria, cujos adeptos procuravam desvendar os mistérios da natureza. O aspecto misterioso que lhe é geralmente atribuído estava relacionado com a codificação da linguagem utilizada, uma vez que só era conhecida pelos iniciados.

Esta efígie de três rostos encontra-se junto ao refeitório do Convento de Cristo, bem oculta (e, actualmente, escondida dos visitantes), mas posicionada de tal forma que se fosse retirada, não só faria desabar o tecto, como todo o piso superior. Podemos encontrar exactamente a mesma cabeça esculpida na parte inferior de um pilar da Catedral de Sées, em França. Segundo M. Guinguand, estas duas esculturas indicam a localização do mesmo tesouro (o dos Templários), mas em duas épocas distintas.

Segundo ele, os bens preciosos da Ordem do Templo tinham sido reunidos e guardados em segurança em Sées, num local extremamente secreto que poderá estar relacionado com o poço que se encontra no interior da catedral. Quando Filipe, o Belo, decidiu prender os Templários, em 1307, Jacques de Molay, então Grão-Mestre da Ordem do Templo, teria confiado a um dos seus cavaleiros a missão de salvar o tesouro. Este é transportado para o Norte da França, onde o espera uma parte da frota templária, vinda de La Rochelle. O precioso carregamento é então transportado para Portugal, desembarcando no porto de Serra d'El Rei, próximo de Óbidos. A partir daí, o transporte até Tomar é feito sem quaisquer problemas.
Recentemente, especialistas internacionais quiseram conhecer o que existe no subsolo de Tomar, pois sabe-se que existem entradas, mas seladas, e, que noutros locais, os Templários construíram túneis com trinta metros por baixo da terra. Os especialistas recorreram ao Instituto de Geofísica e, graças aos métodos da geoelectricidade e do georradar, poderiam detectar as cavidades subterrâneas até 40 metros de profundidade, sem efectuar aberturas, sem tocar em nada e sem danificar nada. Mas o Ministério da Cultura português proibiu a pesquisas.

Na realidade, as lendas abundam: haverá algum tesouro escondido sob o Castelo de Tomar ou, até mesmo, o Quinto Evangelho, escrito pelo próprio Jesus Cristo?...

Igrejas e capelas de Thomar

Temos vindo a reparar á medida que vamos estudando Thomar há Igrejas desaparecidas juntamente com capelas, realmente é algo muito estranho (o facto de haver tantas) quando Tomar é uma cidade relativamente pequena.
(mapa medieval de Thomar)

( Casa da Água nos Brazões, faz parte do sistema hidraulico do aqueduto dos pegões )


Igrejas e capelas desaparecidas em Tomar:

-S. Brás, por detrás da câmara
-Sta. Maria do castelo, no castelo
-Nossa Senhora dos Anjos, junto à Fai
-Nossa Senhora dos Anjos ou da Graça na Charola
-S.Sebastião,no local onde esta a estação
-Sta Maria Madalena ,no local do cemitério
-S Miguel, junto a ponte velha
-S Pedro de Afins ,atrás de Sta Maria do Olival
-8 ermidas de S. Brás ,de fronte a Sta Iria
-St André,onde existio a gafaria da vila
-Sta Cruz ,paradeiro desconhecido
-S. Bartolomeu, onde hoje é a sinagoga
-Sta Barbara na mata nacional
-há relato de outra igreja de Sta Maria madalena, desconhecendo o local
- S. Gião, paradeiro desconheçido


Será por estar em ruínas ou por interesses dos quais desconheço, que estas capelas desapareceram!!!!!! Que se passa em tomar desde a 1000 anos para cá…. (mistério)???

O misterioso selo de D. Afonso Henriques

O primeiro selo real de D. Afonso Henriques parece ocultar uma mensagem destinada aos Cavaleiros Templários. Efectivamente, podemos observar que a disposição das letras que formam a palavra "Portugal" pode ser decomposta em "Por Tuo Gral":
§ De cima para baixo, seguindo o eixo vertical da cruz, podemos ler POR, no sentido de "a favor de" ou de "por meio de".
§ Em seguida, na parte superior do selo, três letras formam o triângulo TUO. A tradução lógica seria TEU, mas porque não THUOT (THôT), na verdade, a gramática portuguesa não permite a colocação de um H após um T, nem a colocação de um T em fim de palavra.
§ Finalmente, na parte inferior, podemos ler GRAL, se incluirmos o R desviado. Também aqui temos um duplo significado: pode tratar-se de um almofariz (GRAL), utilizado para esmagar medicamentos, ou do famoso GRAAL, o vaso sagrado que recolheu o sangue de Cristo. Ambos são recipientes.
Outro selo mais conhecido deste rei retoma a mesma decomposição da palavra PORTUGAL em três partes: POR TU G[R]AL, sempre divididas pela famosa cruz templária. Foi este selo o escolhido para ilustrar as moedas de 1, 2 e 5 cêntimos de euro de Portugal.

Conhecendo o pronunciado gosto dos Cavaleiros Templários pelas mensagens codificadas, é possível que o rei D. Afonso Henriques tenha utilizado este meio para transformar o nome do seu reino numa divisa que lhe era cara: POR TUO GRAL! Por teu Graal!

Extinção da Ordem do Templo

Em 30 de Dezembro de 1308, quando a perseguição dos templários já se tinha iniciado em França há mais de um ano, o Papa ordenou ao Rei D. Dinis que prendesse os templários sob a sua alçada. É então criada uma comissão de inquérito no país. Esta é presidida pelo Bispo de Lisboa e conta com o Superior da Ordem dos Franciscanos e com um jurista, João de Luís. 28 templários são então interrogados, juntamente com outras seis testemunhas. Para evitar que os bens da Ordem do Templo caiam nas mãos de terceiros, o Rei ordena a sua confiscação em Janeiro de 1310, até que a Igreja tome uma decisão oficial sobre a Ordem incriminada. O inquérito levado a cabo em Portugal, sem recurso à tortura, não revela nada de condenável contra o Templo ou contra os seus membros e um concílio provincial, reunido pouco tempo depois para decidir sobre o que deveria ser feito, conclui o mesmo.

Criação da Ordem de Cristo
O Rei D. Dinis fica inquieto com o rumor de que o Papa se preparava para beneficiar a Ordem do Hospital com os bens da Ordem do Templo. Os Hospitalários já possuíam propriedades suficientes na margem sul do Tejo e, se lhe fosse concedido o património dos Templários situado na margem norte do rio, a sua implantação nesta zona estratégica seria de tal ordem que poderiam fazer sombra à autoridade real. Após algumas negociações, o Rei consegue, em 1319, que o património da Ordem do Templo passe para uma nova Ordem, realmente portuguesa.
A bula de fundação Ad ea ex quibus concedida pelo Papa de Avinhão, João XXII, em 14 de Março de 1319, proclama primeiro o nascimento da nova Ordem, denominada Ordem de Cavalaria de N. S. Jesus Cristo e institui a fortaleza de Castro Marim, situada no extremo sudeste do país, na foz do Guadiana, como casa capitular. Em seguida, esta impõe a Regra de Calatrava à nova confraria e coloca-a sob o comando de D. Gil Martins, antigo Mestre da Ordem de Avis. Transfere todos os antigos bens e direitos da Ordem do Templo para a nova milícia, mas coloca-a sob a eminente autoridade do abade cisterciense do Mosteiro de Alcobaça, na diocese de Lisboa. O abade vê-se atribuir o direito de visita e de correcção sobre todas as casas da Ordem de Cristo. Cada mestre da Ordem deverá, pois, jurar fidelidade ao abade, enquanto representante do soberano pontífice. Finalmente, a bula prevê que, em caso de vaga no mestrado, seja escolhida como mestre uma pessoa militar e religiosa, expressamente professa da nova ordem. Infelizmente, no século seguinte, este dispositivo de protecção não conseguirá resistir à ganância dos soberanos portugueses, atiçada pelas enormes riquezas da Ordem.

A Ordem de Cristo, ressurgimento da Ordem do Templo
Os historiadores consideram que a Ordem de Cristo foi o principal refúgio dos Templários que escaparam às grandes detenções de 13 de Outubro de 1307, em França. Esta nova Ordem portuguesa constituiu, pois, o (único?) ressurgimento da Ordem do Templo. A maioria dos cavaleiros templários chegou a Portugal por mar, pois uma parte da frota templária, que tinha partido de La Rochelle para evitar a sua requisição, desembarcou no Porto de Serra d'El Rei, um bastião portuário erigido por Gualdim Pais, hoje desaparecido. Por consequência, a Ordem de Cristo herdou os conhecimentos dos Templários em matéria de construção e de navegação marítima. Estes serão utilizados, um século mais tarde, pelo Infante D. Henrique, o Navegador, governador da Ordem de Cristo, para aperfeiçoar a sua famosa caravela, cujas velas ostentam com orgulho a Cruz dos Templários, e, posteriormente, por Cristóvão Colombo, genro do Grão-Mestre da Ordem de Cristo.

As Cruzes Templarias


Pelo que á muito temos reparado, as cruzes Templárias são diferentes nas diversas nações onde eles se impuseram.
Neste post procuramos demostrar algumas das diferentes cruzes usadas pelos Templarios.

A cruz celta era sem duvida a mais usada.

A cruz pantea da ordem é a mais importante de todas é de estranhar o facto de que está cruz simbolisar os tempários portugueses . Indo de encontra a esta afirmação temos o documento de El rei D.Afonso I ,no qual doa o castelo de ceras aos Templários .Temos cruzes parecidas em civilizações difrentes ,como é o caso do Egipto e dos celtas ,será que os templários portugueses são os herdeiros deles ?Que cruz tão especial é esta e que faz a cruz pantea á entrada do castelo ,na porta do sangue, que como diz José Hermano Saraiva esta cruz deu origem as quinas da bandeira Portuguesa .Fontes seguras asseguraram que esta é a primeira cruz templária e que foi trazida do Egipto pelo grão mestre Gualdim paes .Que fara ela em tomar ,para os mais observadores notasse que está fora do contexto da muralha ,ainda para mais é de mármore quando toda a muralha é calcaria.O que quererá dizer esta cruz?




2/08/2007

A defesa de Thomar

O Castelo de Almourol

Não se conhece com precisão a origem do nome Almourol, o que torna difícil a clarificação do seu significado. A própria grafia do nome conheceu algumas variações no tempo: Almoriol, Almorol, Almourel, Almuriel.
A teoria mais aceite é que o nome teria a sua origem na palavra árabe almoran, que significa «pedra alta», o que estaria relacionado com a localização do Castelo de Almourol, edificado sobre um imponente bloco de granito, a 18 metros do solo.
Edificado numa pequena ilha do Tejo, entre Vila Nova da Barquinha e Praia do Ribatejo, o castelo de Almourol é, sem dúvida, uma das mais belas e originais fortalezas existentes em Portugal. Mede 310 metros de comprimento, 75 metros de largura e 18 metros de altura no ponto mais elevado.
Escavações arqueológicas efectuadas no interior e no exterior da cinta de muralhas permitiram encontrar vários vestígios do período romano (moedas), bem como da Idade Média (medalhas). Antes da invasão romana, os lusitanos teriam já construído um pequeno castelo nessa mesma ilha, o qual foi tomado pelos romanos e, mais tarde, por outros grupos, nomeadamente, os Alanos, os Visigodos e os Mouros.
O Castelo de Almourol foi reconquistado aos Mouros aquando da Reconquista Portuguesa, durante o reinado de D. Afonso Henriques. Na época da Reconquista, este constituiu um ponto nevrálgico da zona do Tejo, mas também mais tarde, para controlar o comércio do azeite, do trigo, da carne de porco, da fruta e da madeira entre as várias regiões do território e Lisboa.
Esta posição estratégica foi, sem dúvida, uma das razões pelas quais o monarca terá confiado este castelo à Ordem do Templo. Com efeito, após a vitoriosa batalha de Santarém, o Rei tinha confiado a Gualdim Pais a missão de elaborar uma cintura defensiva em torno da Abadia de Alcobaça, oferecida a São Bernardo de Claraval. Devido à sua posição, o Castelo de Almourol poderia constituir um importante elemento deste dispositivo.
Entre 1160 e 1171, pouco tempo após a construção do Castelo de Tomar, Gualdim Pais iniciou a reconstrução do de Almourol, em harmonia com a arquitectura templária, também presente nos castelos de Idanha, de Monsanto, de Pombal e de Tomar, seus contemporâneos.
Com o avanço da Reconquista para sul do país e após a extinção da Ordem do Templo, durante o reinado de D. Dinis, a estrutura perdeu progressivamente importância.
Classificado Monumento Nacional por Decreto de 16 de Junho de 1910, foram efectuados novos restauros entre 1940 e 1950. Actualmente, é propriedade do Ministério da Defesa e a sua manutenção está a cargo da Escola Prática de Engenharia de Tancos.
Lenda
Um senhor árabe, então proprietário do castelo de Almourol, foi traído por um cavaleiro cristão por quem a filha se tinha enamorado e a quem revelou os segredos de entrada no castelo por um túnel sob o Tejo.O cavaleiro utilizou estas informações para montar uma emboscada e cercar o castelo. Mas o emir e a sua filha preferiram atirar-se do cimo das torres a serem capturados...

O Castelo de Ourém

O castelo foi fundado em 1178 e, em 1180, D. Teresa, filha de D. Afonso Henriques, atribuiu a carta de foral a Ourém, tornando-se, pelo valor militar do seu castelo, num dos principais concelhos de Portugal.
Com o aumento da população, tornou-se necessário aumentar as muralhas para proteger a vila. Actualmente, existem ainda as Portas da Vila e as Portas de Santarém.
Foi o Conde D. Afonso, neto do rei D. João I, que transformou o castelo em paço residencial. Foi também ele que mandou construir, à entrada da vila, a fonte gótica com pedra de armas.
O castelo foi parcialmente destruído aquando do terramoto de 1755, assim como a zona velha da vila.
A lenda de Fátima
Segundo a lenda, a vila de Ourém deve o seu nome a uma história de amor: durante a Reconquista, um cruzado espanhol, Gonçalo Hermingues, capturou a filha do poderoso senhor muçulmano de Alcácer do Sal. Esta cativa de grande formosura chamava-se Fátima, como a filha de Maomé.
Gonçalo Hermingues e a sua cativa rapidamente se apaixonaram um pelo outro e Fátima converteu-se ao catolicismo. A moura cativa foi baptizada com o nome de Oureana (o que dá a etimologia do nome da cidade de Ourém) e o casamento foi celebrado.
Fátima morreu na flor da idade. Gonçalo Hermingues, inconsolável, tornou-se monge na abadia cisterciense de Alcobaça, fundada por São Bernardo.
Logo depois, esta abadia instituiu um priorado nos montes vizinhos para onde foi enviado o Irmão Hermingues. Este apressou-se em trazer para perto de si os restos da sua amada, que deu o seu nome ao lugar que ainda hoje se chama Fátima.

Dornes

A torre templária de Dornes surpreende pela invulgaridade da forma, as suas cinco faces tornam-na um exemplar raríssimo da arquitectura militar dos tempos da Reconquista. Edificada por Gualdim Pais para defesa da linha do Tejo, foi construída sobre a base de antiga torre romana, garante dasegurança para a exploração do ouro que aquele povo fazia no Zêzere.
Do xisto rude destacam-se os cunhais calcários, onde ainda se podem descobrir as marcas dos canteiros medievais. Também de calcário é a verga da porta, aproveitamento de uma estela funerária, provavelmente visigótica, decorada com símbolos guerreiros (lanças, espadas e escudos).No interior da torre encontram-se, intactas, várias estelas funerárias templárias, lembrando eras em que estes cavaleiros defendiam o território das investidas muçulmanas e procuravam sepulcro junto das casas de Deus.
Com tempos mais pacíficos e perdida a função guerreira, a torre ficou sineira no século XVI, função que ainda hoje conserva. À sua sombra nasceu a igreja, fundada ainda no século XII e que desde o tempo da rainha Santa Isabel se encontra associada à lenda e culto da Senhora do Pranto.Apesar da sua antiquíssima fundação é D. Gonçalo de Sousa, homem de confiança do Infante D. Henrique e comendador da Ordem nestas terras, que dá a feição à actual igreja. Disso nos dá conta a lápide gótica à entrada do templo. No interior somos surpreendidos por um órgão de tubos em excelente estado de conservação e utilizado frequentemente nos concertos que aproveitam a estupenda acústica. A igreja está revestida de bons azulejos do século XVI (altar-mor) e XVII (nave), cenário ideal para apreciar um excelente conjunto de arte sacra quinhentista, de que se destaca uma notável imagem de Santa Catarina.
Apetece libertar a imaginação e pensar que a pedra nos fala do milagre das rosas, prodígio da Rainha que sabia onde encontrar a imagem da Senhora do Pranto. Ou desse outro milagre, operado pelo rei seu marido, quando transformou a cruz do Templo na de Cristo e nestas terras fez crescer o último reduto templário.

Torres Novas

A conquista de Santarém por D. Afonso Henriques, logo acrescida da de Lisboa, teve como imediata consequência a libertação do Ribatejo, tornando-se cristã a região de Torres Novas, e portanto cristãs as suas fortificações, às quais o nosso primeiro Rei decerto prestou sua atenção, melhorando as e dando-lhes então verdadeiramente aspecto de castelo, facto que pode crer-se ter sido origem de dar-se à povoação o toponímia Torres acrescido do qualificativo Novas para a distinguir de outra já anteriormente denominada Torres, a qual então se passou a chamar velhas (Vedras). Certo é que em documentos régios de 1159 ainda esta aparece denominada simplesmente Torres: e, por outro lado, não conhecemos documentação mais antiga do que o codicilo testamenteiro de D. Afonso Henriques, de 1179, onde aparece o nome Torres Novas.
D. Sancho I não deixou certamente sem reparo os estragos sofridos então pelo castelo; e D. Dinis, que em tantos outros castelos introduziu melhoramentos – e que ao termo concelhio de Torres Novas consagrou cuidados de povoamento, fundando entre Tomar e Golegã, região então deserta e feita covil de malfeitores, três póvoas, Atalaia, Tajeira e Asseiceira – igualmente não deixaria sem atenção o castelo que representava Fulcro militar do beneficiado concelho.
Mas foi D. Fernando quem promoveu uma larga remodelação do castelo de Torres Novas, como o testemunham duas ainda perdurantes lápides, que assinalam o começo das obras em 2 de Janeiro de 1374 e a sua conclusão em 1376. E foi já esse castelo, assim quase totalmente reconstruído, que serviu de teatro a várias vicissitudes da vida portuguesa nos agitados dois anos subsequentes à morte desse monarca: sustentando o partido da herdeira do trono português, D. Beatriz, e de seu marido, o rei castelhano João I, acolheu este em Outubro de 1384, quando em regresso do inútil cerco de Lisboa; no ano seguinte, o Mestre de Avis, D. João, já rei de Portugal, vindo do norte para tolher o passo ao seu homónimo castelhano, por segunda vez invasor de Portugal, atacou Torres Novas e forçou a guarnição castelhana da vila a concentrar-se no castelo, deixando-a sem mais ataques, porque, outro e mais importante era o objectivo que por ali o fizera passar com suas forças militares. Meses depois, eis que em Aljubarrota explode a vitória portuguesa.

Abrantes

É de extrema antiguidade, possivelmente com origem em 130 antes de Cristo. À época da Reconquista cristã da península Ibérica, em 1118 ou 1148, a povoação foi conquistada aos mouros pelas forças de D. Afonso Henriques (1112-1185), que lhe determinou a reconstrução das defesas. As necessidades de defesa da chamada Linha do Tejo, valorizaram-lhe o sítio, num período em que os Templários dotavam o médio curso do rio de uma impressionante linha defensiva, na qual se inscreveu. Resistiu, desse modo, ao assédio das forças Almóadas sob o comando de Abem Jacob, as quais tiveram que se retirar sofrendo pesadas baixas. Em recompensa por esse feito heróico, recebeu do soberano a sua Carta de Foral (1179). Sob o reinado de D. Sancho I (1185-1211), um novo cerco Almoáda sob o comando do califa Abu Yusuf Ya'qub al-Mansur, repetiu-se em 1191, época em que foram perdidas todas as conquistas cristãs nos territórios ao sul do rio Tejo, à excepção da cidade de Évora.
Posteriormente, D. Afonso III (1248-1279) conferiu-lhe importantes melhoramentos na defesa, iniciados em 1250 e concluídos entre 1300 e 1303, já no reinado de D. Dinis (1279-1325), com destaque para a torre de Menagem e a ampliação das muralhas. Este monarca doou a vila a sua esposa, D. Isabel de Aragão, passando, a partir de então, a integrar o património das rainhas de Portugal.
À época da crise de 1383-1385 alinhou-se ao lado das forças do Mestre de Avis, rezando a tradição que foi neste castelo que se tomou a decisão de dar combate às tropas de Castela em Aljubarrota.

As tribulações do calendário português

Em 1139, Portugal utiliza a Era Espanhola como divisão do tempo. A Era Espanhola (ou Era dos Espanhóis) tem início 38 anos antes da Era Cristã. O ano 1 da Era Cristã coincide com o ano 39 da Era Espanhola.
Trata-se de uma era relacionada com os eventos e as províncias do mundo romano, tendo como ponto de partida a data da redução, por Augusto, da Península Ibérica a província romana. Esta foi de grande utilidade na História da Espanha, da parte meridional das Gálias e de uma grande parte da África.
As inscrições, situadas no frontão dos castelos templários de Portugal, indicam as datas da Era Espanhola. É, pois, necessário, subtrair 38 anos para obter a correspondência com a Era Cristã (actualmente, em vigor).
No dia 22 de Agosto de 1422, o Rei D. João I aboliu o seu uso em Portugal, adoptando o calendário da Era Cristã, comum a todos os países do mundo cristão.
Em 1582, Portugal adopta imediata e definitivamente o Calendário Gregoriano, instaurado pelo Papa Gregório XIII para corrigir o Calendário Juliano: os portugueses passam, pois, directamente de quinta-feira, 4 de Outubro de 1582, para sexta-feira, 15 de Outubro de 1582.