Orante e Guia convidado: Manuel J. Gandra
Apresentação do Seminário
Raros foram os dramas humanos que, tal como aquele protagonizado pela Ordem do Templo, suscitaram paixões tão díspares, contraditórias e persistentes.
A copiosa bibliografia, antiga e moderna, disponível, apesar de nem sempre imaculada, constitui indício seguro da perenidade se não do ideário templário, pelo menos da inquietação que enigmas nunca cabalmente esclarecidos, como o do seu lendário tesouro ou do misterioso ídolo que alegadamente adoravam, tem persistido em alimentar.
A possibilidade da sobrevivência da Ordem após a sua suspensão canónica, em 1308, também não é questão despicienda. A avaliar pela profusão de sociedades, umas discretas, outras secretas, que se reivindicam como legitimas herdeiras do Templo, essa parece ter-se tornado, pelo menos desde o século XVIII, pretexto bastante para a reinvenção de inauditos ritos iniciáticos, creditados, de forma quase sempre anacrónica, aos templários.
Tais constatações são verídicas também para Portugal.
Porém, o público não dispondo aqui de alternativas credíveis (uma vez que são raros os investigadores independentes e os académicos que não fogem do assunto, como se diz que o diabo foge da cruz), é compelido a consumir produtos importados, invariavelmente de qualidade duvidosa. Acresce a tudo isto a desvantagem adicional de, geralmente, esses produtos ignorarem, omitirem ou subvalorizarem o papel da Ordem de Cristo, autêntica sucessora e herdeira do Templo, cuja práxis e projecto adoptou, nacionalizando-os.
A negligência e a deserção por parte dos especialistas nacionais tem, por outro lado, facilitado a adopção, bem como a implantação de um elevado número de elucubrações fantasiosas e infundadas, produzidas ora por franco-atiradores, ora por dignatários ou simples filiados em associações neotemplárias portuguesas ou transnacionais.
De facto, salvo algumas monografias e contributos pontuais com direito a destaque, as Ordens do Templo e de Cristo não conheceram ainda quem, numa perspectiva global, sistemática, sustentada (quer tradicional, quer documentalmente) e lusíada se aventurasse a resgatar a sua história, projecto, praxis e património.
A utilidade do empreendimento chegou a merecer, convém recordá-lo, o reconhecimento de autoridades como Pedro A. de Azevedo ou Jaime Cortesão, o qual sublinharia ainda a necessidade de conduzir tal estudo ponderando o quanto do tesouro templário (espiritual, mas também material) terá sido investido na preparação e concretização da expansão marítima, bem como na consolidação do Império português.
Aquilo que se propoê é um fim de semana de reflexão desinibida sobre a herança templária, consoante o seguinte alinhamento:
TEMAS
Ordem do Templo - as origens; ordenação canónica e jurídica (Regra e Estatutos); história institucional; segredos e enigmas;
Templarismos - posteridade legítima (Ordem de Cristo = Ordem Templária de Portugal); usurpações e usurpadores (da tradição maçónica à Nova Era);
Tomar à luz do paradigma hierosolimitano - cartografia do lugar santo, como pólo ontofânico e ontogénico;
Visita à cidade, ao Convento de Cristo e ao Castelo de Almourol.
Documentos a distribuir para análise e reflexão: Regra, Bula de instituição da Ordem de Cristo, Cartulários do Processo contra os Templários, Livros de Cavalaria nacionais, Lusitânia Transformada, etc.
PROGRAMA
SÁB 23/10
10.30 Ponto de Encontro Praça da RepúblicaRoteiro Centro Histórico: igreja S. João Baptista, Sinagoga, Moinhos de El-Rei, igreja St Maria do Olival
Almoço na Estalagem de Santa Iria no Mouchão
14.30 Sessão de estudo e reflexão: Ordem do Templo e Templarismos (ver programa detalhado)
Porto de Honra no Posto de Turismo
20:30 Jantar Convento de Cristo, seguido de Tertúlia.
DOM 24/10
10.30 Visita Guiada ao Convento de Cristo
Almoço
15.00 Percurso de Tancos até Almourol (em barco da junta de freguesia reservado para o efeito), seguida de visita guiada ao castelo.
INFORMAÇÕES | INSCRIÇÕES
POSTO DE TURISMO DE TOMAR
ou
ou
2 comentários:
Um fim de tarde de Verão inesquecível. Os nossos sinceros parabéns ao Rui e ao Fiandeiro pela ideia de convidar o Manuel.
Cordialmente
Ana Catarina e Manuel Jacinto
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- Carina COWLEY
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