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7/30/2010

ALQUIMIA POÉTICA

Autor da poesia: João Amendoeira

“Desde cedo se apaixonou pelos poetas, e pelo prazer de brincar com as palavras, brincadeiras estas que mais tarde, através de outros, fizeram descobrir em si o poeta que já existia. O poeta, não surge, não se faz, nasce já com o corpo, e João Amendoeira já nasceu poeta.”

Autor de obra já publicada e já nosso conhecido, foi lhe lançado o desafio de compor algumas poesias para o circuito dos 5 elementos, o qual aceitou com muito agrado. Não só nos surpreendeu com a alquimia das palavras mas também com algumas das suas intervenções relativamente à história mítica e poética de Tomar. Um muito obrigado da parte do blog pela autorização da publicação que agora fazemos.

TOMAR
Tomar é bela
bela em todo seu esplendor
se fosse donzela
cairia, por ela, de amor.
Não seria eu poeta
se não fosses tu cidade
e tu de mim, poeta, mais completa
somos, juntos, seres de felicidade.
Tomar é bela,
olha para ela
meu sonho, tua água, teu céu,
meu sol, teu corpo, teu véu.
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SANTA MARIA 
DOS OLIVAIS
Santa Maria das Oliveiras
lugar de tanta fé e fados,
ruas, charruas e vidas inteiras,
a esperança dos pobres e apaixonados.
Santa Maria dos Olivais,
coração da terra, voz do mistério
de tantos cavaleiros imortais
e da cruz que fez o império.
Santa Maria, Santa Maria
quem fez de ti o peito
que alimenta a noite e o dia
da alquimia e dos amigos de teu leito.

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CONVENTO DE 
SANTA IRIA
Convento de Santa Iria
casa de cavaleiros e água pura
segredas aquela história
que hoje perdura
em coração, a caveira, a pena
e a gravidez de Madalena.

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ALQUIMIA DOS INFANTES
(Igreja S.João Baptista)
É na alquimia do templo
que os Infantes se iluminam
místicos dão luz ao tempo
traçado pela Ordem, eles caminham,
buscam o que o vento consinta,
o que jaz, o fogo rompe
e em paz, a água sinta
furando a terra, do rio, até ao monte.
Sete montes, sete letras do amor
não fosse a palavra “saudade”
nossa, tão nossa de alma e sabor
tão quanto os filhos do pintor,
que na Igreja João Baptista
ousam a história do seu senhor,
a cabeça, o fogo, a ponte do artista,
para a imortal fonte dos Infantes do amor.

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NOSSA SENHORA 
DA CONCEIÇÃO
Oh vento que surges no alto
embalas a padroeira Conceição
lá no cimo do asfalto
dos marinheiros da tua nação.
Oh vento dos alquimistas
olhar templar
guarda teus segredos e artistas
de quem os quiser desafiar.
Oh nobre Conceição,
engrandece o nosso coração.

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ANOITECEU, HERMES 
E TESEU
Anoiteceu
não percebi de tal
tudo escureceu
o beijo desigual
o pássaro que voou
o luar que se aclamou
anoiteceu
as estrelas iluminaram
Tomar boieira iluminada
os olhares de Hermes acordaram
perante a Janela adorada
anoiteceu amada
os templários caminham
pela estrada de Teseu
eles heróis caminham
eles caminham eles caminham
anoiteceu anoiteceu
e nenhuma memória se perdeu.

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CASTELO DE TOMAR
Castelo
de minha cidade,
quanto és belo
de tão vasta idade,
Ver-te
é sentir quantos te viram
ler-te
é viver as espadas que te acudiram,
admirar-te
é respirar o céu que outros sentiram
em nossas mãos,
tua firmeza,
teus irmãos,
teu brilho, tua glória, tua destreza,
amante da história.
Castelo
da minha cidade
quanto és belo
longe de ti, minha saudade.

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João Amendoeira ©
http://www.joaoamendoeira.com/

7/12/2010

CRÓNICA DO 12º ENCONTRO

Thomar sob o Signo de Hermes
Circuito dos 5 Elementos


Diversas são as leituras possíveis dos estilos arquitectónicos que se conhecem nos monumentos de Tomar. Os quinhentos anos de construção, quase ininterrupta, possibilitam as mais diversas incursões pelo espírito que presidiu cada momento que esta cidade viveu ao longo da História de Portugal. E se muitos outros locais da Europa têm permitido múltiplas interpretações e até por vezes romanceadas, Tomar não é menos imbuída dessas possibilidades simbólicas e rocambolescas.


Desta feita, o blogue http://blog.thomar.org dos Cavaleiros Guardiães de Santa Maria do Olival, promoveu, no fim-de-semana passado, mais uma visita cultural pela cidade subordinada ao tema: “Thomar sob o signo de Hermes – Circuito dos 5 Elementos”.

Muitos foram os que participaram nesta visita guiada por João Fiandeiro – presidente da APTC – conhecedor da mais íntima história do património, que ao longo dos cinco monumentos visitados, foi acompanhado por um misterioso Alquimista, encarnado por João Patrício, que eloquentemente leu a poesia de João Amendoeira – um poeta de Tomar com obra publicada - escrita de acordo com a tónica que se deu a cada monumento.

Se a Igreja de Santa Maria do Olival, outrora quase soterrada, se relaciona de forma natural com o elemento Terra, Santa Iria, com a sua cisterna é água, São João Baptista, santo das fogueiras, é fogo, Nossa Senhora da Conceição, como que a pairar sobre a cidade e construída para última morada do D. João III antes de “ascender aos céus”, é ar, e por fim, a Charola, o quinto elemento por excelência, que na sua forma circular perfeita, gere todo o quadrado constituído pelos outros quatro elementos, através dos quais se caminhou até chegar ao pórtico do Convento, onde se esconde o cúpido dissimulado que talvez esconda em si próprio o segredo do quinto, o amor.


Ninguém saiu do encontro a julgar Tomar uma cidade alquímica, nem crentes de misteriosos e insólitos alquimistas escondidos na arquitectura Tomarense, e se não aprenderam a fabricar a pedra filosofal que as obras medievais invocam, aprenderam que a História de Tomar é essa quinta essência aristotélica que permitiu viver a alquimia da poesia e do encontro com o património.

O jantar de confraternização permitiu aos mais interessados no tema, conviver com Walter Grosse, autor do livro “Fulcanelli, un secret violé”, o qual terá em tempos estudado a obra arquitectónica de João de Castilho e Boitaca sob essa perspectiva.

Usando as palavras de João Patrício, o alquimista, “são estes eventos que permitem descobrir o elixir da longa vida que os alquimistas procuravam, da longa vida para os monumentos que conseguiram chegar até aos dias de hoje”.
 

Thomar sob o Signo de Hermes
Circuito dos 5 Elementos
Passeio Cultural a 5 Monumentos
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7/03/2010

REVIVER É REAVER

Reviver o Cerco de 1190
Texto da autoria da Cultural Templ'Anima

“Reviver é Reaver – Cerco de 1190 ao Castelo Templário” é a actividade à qual o nosso BLOG e o CETHOMAR aderem e convidam todos a participar. Não se trata do cartaz oficial, visto estar a Câmara responsável por esse, mas o cartaz que com a autorização devida da entidade organizadora – Templ'Anima cultural – nos propomos a divulgar a actividade.



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No decurso das comemorações dos 850 anos da fundação templária do burgo , pelo mestre Gualdim Pais e seus homens , a Associação Cultural Templ’Anima, propôe-se evocar no mês de julho um acontecimento exemplar ocorrido neste castelo : o cerco feito pelo exército do Almansor em julho de 1190 e desfeito pelo grande mestre Gualdim “ a quem Deus salvou com seus freires” das mãos dos inimigos...segundo memorial escrito nas paredes deste castelo...Foi há 820 anos....

“A conservação/ valorização da Porta da Almedina e seus acessos. Passa pela sensibilização da comunidade ..para . conhecer a sua história...reatar a ligação afectiva... Porta de entrada no burgo interior, desde o “arrabalde ”. Também conhecida por “Porta do Sangue” por aí ter sido sustida a investida muçulmana no ataque de 1190, ocorrendo grande mortandade.

...Parque Florestal e Jardim de talhões geométricos, históricamente parte integrante do conjunto monumental .do convento .. cujo destino está ligado à conservação do conjunto e da cidade(seu vero pulmão)!... Onde existe um património natural e construído pelos freires : Charolinha com cúpula, (de João de Castilho)no meio de um tanque circular,;Cadeira d’El-rei reservatorio de rega e Mãe de Agua (distribuidora), uma passagem secreta subterrãnea, parte do aqueduto do Convento . e até um lagar (de azeite) ...

Com a degradação do pequeno bosque ajardinado ...desmoronam-se os templos e com eles ...a divina poesia.... d’A Lusitânia Transformada obra simbólica qunhentista.. ... de imaginário messiânico ... que nos fala da mata como espaço ....lúdico / contemplativo , escrita por Fernão Álvares do Oriente (1540 –.1600), cavaleiro da casa de D.Sebastião....e sobrevivente de Alcacer-Quibir....

.. Floresta oculta e aprazível... junto à ribeira do Nabão, deleitoso vergel émulo do Paraíso. Bosque sagrado.de carvalhos .. pequena floresta do Sangral. tradicionalmente associado aos ritos iniciáticos da Armia Cavalaria ... ...Também harmonioso santuário de Diana onde habitam fermosas Ninfas (das Hespérides)...abraçando vida de perfeição..e .pastoreando rebanhos de carneiros, enquanto debatem filosóficamente o tempo: propicio, exaltam o Amor e festejam o S.João Percursor do advento ou retorno da idade de Ouro !

Parafraseando o livro .. “vamo-nos pois por este vale frio (Riba Fria) ,ver nossa deusa (a Mata de Diana) ... e passando pela ribeira... ver aos do Erimanto” (Monte do javali) –ou seja o castelo onde deram caça à fera e gritando toma-lo, toma-lo...deram o nome á cidade...(isto segundo contaram as testemunhas dionisinas)...

Na subida pela Mata : Visita do ultimo Carvalho Templario (com cerca de 700 anos) e da Cruz da Rosa inscrita pelos templarios sobre a porta da Almedina


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Informações
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Organizado por Templ’Anima - Associação Cultural e Câmara Municipal de Tomar