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12/18/2008

(RE)TOMAR A REGALEIRA

Autoria: DEGRACONIS




Tencionava dar a conhecer somente as fotos deste post, pois julgava serem suficientes para entender as conclusões a que cheguei. Contudo pediram-me para que emoldurasse com algumas palavras as fotos que divulgo. Aqui ficam.

No âmbito das pesquisas que venho a desenvolver deparei-me com um ornamento no varandim do coro alto da Capela da Santíssima Trindade na Regaleira. Trata-se de um motivo escultórico dissimulado entre outros ornamentos.

Conheço as diversas publicações sobre a quinta, assim como os discursos de quem nos tem proporcionado visitas guiadas e em nenhum deles encontro referencias a este motivo inserido no coro alto da capela.

A primeira vez que o dei a conhecer a alguém foi no decurso de uma aulas sobre temas de Cultura Portuguesa na quinta em 2006. Após o ter denunciado comparece um dos responsáveis pela quinta para também o ver. Verificava-se ser um inédito. Ninguém até á data o tinha publicado ou noticiado publicamente.





Intriguei-me pela sua significação pois era bastante evidente não tratar-se de apenas um motivo decorativo. Pela sua posição no coro e pelos seus contornos bem definidos, os quais são mais fáceis de vislumbrar visto de trás, convidava a ser decifrado. Visto esta descoberta estar inserida no seio das minhas pesquisas foi fácil entender o seu significado e contextualiza-lo, apesar de algumas opiniões serem de que não tinha intenção simbólica. Que o leitor forme agora a sua opinião.

Aparentemente tratava-se de um III e um V, ou seja, talvez um VIII, o número Oito. Contudo, não deve ser ele encarado dessa forma. Era um 3 e um 5, no qual se encerram conceitos que irei desenvolver sumariamente de seguida.

Manifesta a Quinta da Regaleira a evocação de um Portugal Áureo que entrou em declínio em 1580. O espaço espelha os interesses e ideologias do seu patrocinador Carvalho Monteiro, as quais são ressuscitados através dos seus diversos símbolos e estilo arquitectónico. O arquitecto a quem se adjudica a obra, Luigi Manini, deslocou-se a Tomar e estudou cuidadosamente diversos monumentos onde predominava o estilo manuelino. No espólio de Manini podemos mesmo constatar fotos várias do Convento de Cristo.

Alguns comentários no blog denunciam a existência de uma ligação entre Tomar e Sintra, nomeadamente com a Quinta da Regaleira, tendo já surgido a ideia de Gualdim Pais estar nela sepultado. De facto, a quinta insere-se num couto que foi doado a Gualdim Paes mas será difícil acreditar que a ligação entre ambas não seja mais do que a partilha de uma ideia: a de um Portugal Providencialista destinado presidir o Quinto Império anunciado para a Terceira Idade de Joaquim de Fiori, a idade do Espírito Santo.

As ideias joaquimitas, visionárias de um novo período para a humanidade, são introduzidas em Portugal através da Rainha Santa Isabel e o rei D. Dinis os quais as impulsionam, assumindo estas em Portugal um modelo sem paralelo no resto da Europa. Modelo baseado no conceito de império, que se manifesta na coroação de uma criança ou de um pobre como Imperador. Esta ideia de coroação e poder profetizam de certa forma, ou podem ser encaradas, como a génese da ideia manifestada mais tarde pelo Padre António Vieira, a de Portugal como o V (Quinto) Império.

Um dos locais sagrados onde as Festas do Império se realizaram em tempos idos foi Tomar, apesar de só estarem documentadas a partir do século XIX. A Festa dos Tabuleiros efectivamente não é mais do que uma festa com raízes nas ideias decorrentes da Terceira Idade culminando com a distribuição de pão e bodo para o povo.

A própria arquitectura Manuelina é reflexo de um mundivisão de Portugal como arauto de uma nova era. Não foi o próprio D. Manuel a considerasse o novo Messias?

A educação de matriz Franciscana de D. Manuel, imbuída das teorias de Joaquim de Fiore que defendia uma visão trinitária da história, sendo a Terceira Idade a era da Confraternização Universal, do Amor e da Liberdade e à qual podemos ligar o misticismo do V Império, leva D. Manuel assumir a Monarquia Lusitana como fundadora e garante de um império de Deus. Com efeito, D. Manuel identifica-se como Salomão, como rei David, como novo César, como rei Mago, como Constantino e como Pai da Pátria, desta feita, simbolicamente como o Senhor ou Imperador do Mundo. Esta visão encontra raízes no carácter heráldico de que se revestia o milagre de Ourique, tão sobejamente conhecido, e onde Cristo aparece a D. Afonso Henriques investindo-o como fundador de uma Nação de origem Divina, assim como numa série de factos associados à vida de D. Manuel.

Evidentemente tal atitude deixou testemunho nos diversos campos da produção artística na época Manuelina sendo por excelência a arquitectura o suporte mais evidente, contudo o mais obscuro em termos de exegese simbólica. É corrente dizer que o Manuelino esconde um Segredo. Esse segredo partilha da simbólica que agora deciframos no motivo esculpido quatrocentos anos mais tarde no coro da Capela e que tão lucidamente nos ilumina sobre as ideias Manuelinas de Carvalho Monteiro, não obstante não ser ideia deste fazer recair em si o papel de redentor da Humanidade.

O blog não tem transbordado muito da temática templária, mas é inevitável que tal aconteça. A trajectória iniciada num possível projecto templário para Portugal, dá passagem de testemunho através da ordem de Cristo culminando nos descobrimentos Portugueses. Este período representa a concretização do profetizado destino universalista e ecuménico que Portugal foi comungando desde a sua fundação, rodeando-se de poliedras visões sobre a missão a que Portugal estava destinado. Desde as ideias gibelinas manifestadas na Monarquia de Dante, atravessando a procura de reinos perdidos, como o de Preste João, até à assunção da ideia utópica do V Império, Portugal é o conversor do mundo a uma nova Idade de Ouro.

O ideário sinárquico Templário terá encontrado expressão popular nas ideologias que constituíam os vectores das Festas do Divino Espírito Santo, sendo os responsáveis pela difusão dessas festas os mesmos que protegeram a ordem dos Templários convertendo-a em Ordem de Cristo, herdeira do seu património material e espiritual.

Este discurso vincado de teor milenarista e escatológico que persiste em Portugal, não se esgota no fim do período áureo de Portugal, prolonga-se na retórica sebastianista e encontra ainda eco nas palavras de Fernando Pessoa, António Quadros e mais uns quantos, espelha-se também no Neo-Manuelino da Regaleira. Que outro estilo arquitectónico poderia Carvalho Augusto Monteiro escolher que se adaptasse tão bem a uma actualização dos ideais cavaleirescos dos templários e da ordem de Cristo, da qual D. Manuel foi seu administrador?

Resta por fim apenas lembrar que os mais ilustres críticos de arte da actualidade tem tentado uma leitura da Janela do Capítulo em Tomar através da interpretação do sonho de Nabucodonosor, na parte que em se refere à Árvore Seca. Curiosamente deriva a apologia do V Império de um outro sonho do mesmo Nabucodonosor.

António Augusto Carvalho Monteiro evoca assim na sua obra e vida a ideia de António Vieira, que procura na “História do Futuro” o V Império e que Fernando Pessoa desdenha na história do passado. O motivo escultórico do coro manifesta assim a mesma ideia que a Janela do Capitulo em Tomar. Ambas de uma forma dissimulada. Não é a Árvore Seca símbolo do Império Universal?


Se não restam dúvidas de que existe uma intenção simbólica naquele motivo, pois a imagem fala por si, podemos ainda tentar dar mais um passo.

Esse IIIV encontra-se no centro da varanda do coro. Se intentarmos olhar por entre as frestas desse III e V o que vemos (v.filme 0:31 seg)? A Coroação, a pomba do Espírito Santo e ainda um monograma em forma de M (de Monarquia, Messias, Maria, Monteiro). Não nos remetem as ideias do V império e das festas do Espírito Santo precisamente para a Coroação de um Imperador ou Monarca sob a égide do Espírito Santo do qual a Pomba Branca é o seu expoente máximo em termos iconográficos?




Trata-se da pintura em cima do altar que retrata a Coroação da Virgem por Jesus Cristo presidida por uma pomba.

Serão estes factos todos apenas uma coincidência?

Conclusão: Carvalho Monteiro antecipa-se aos estudos que ainda hoje faltam sobre a demonstração de que o ideário que preside as Festas do Espírito Santo é o mesmo que se encontra no coração dos que construíram a ideia de Portugal como V Império, unindo-os através da Corda Manuelina que os entrelaça. Se as Festas do Espírito Santo revestem-se de teor universalista e o V Império de algum nacionalismo, no fundo são a mesma coisa, esperança, “Esperanças de Portugal”.

No texto apresentado optei por conduzir-vos numa viagem a partir do motivo do coro até à pintura no altar, mas em boa verdade toda a historia se processa por ordem inversa. Indícios na capela e na Virgem a ser Coroada impeliram-me a olhar na direcção do coro. Santa Maria é assim, ilumina-nos a visão. O IIIV foi apenas a confirmação do sonho.





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notas de rodapé
O tema não se esgota aqui e até se pode tentar outra leitura do símbolo mas acho que esta aproximação tem a força suficiente para ser publicada. Outro detalhe: No aro do pórtico da capela encontra-se dois medalhões com duas figuras em paralelo que podem ser eventualmente Padre António Vieira e Joaquim de Fiori. São dois rostos envelhecidos. Estranho estarem ao lado um do outro quando é usual se representar uma figura masculina e outra feminina, como podem verificar em todas as outras na quinta.
Aconselho os leitores a visitar a capela e a olhar mais perto a verdade que se esconde naqueles motivos. (o próprio III e o V têm uma marca que talvez não se veja nas fotos, mas terá que ser o leitor agora a dar o próximo passo). Peço desculpa por alguns erros e por nao explicar alguns conceitos, mas o texto foi escrito em tempo record e o espaço é curto.


COMENTÁRIOS: Para enviar o seu comentário, participe no fórum.

12/14/2008

O Fórum do Blog

O Blog tem uma grande novidade, um fórum! Esperamos com isso criar um espaço de discussão e convívio para todos os nossos visitantes.

http://forum.thomar.org/

Creio que muitos já perceberam que boas discussões que ocorriam nos comentários acabaram por se perder com a publicação de um novo post e a conseguinte criação de mais um espaço de comentários. Sendo assim, tomamos por bem em criar um espaço único de discussão.

Além disso, temos como proposta uma experiência, queremos que além dos posts normais que são publicados no blog, possa-se lançar um tema de discussão no Fórum e com a participação de todos, discuti-lo e finalmente criar um post com as conclusões do tema. Incluive já colocamos o primeiro tema, que é sobre a Charola do Convento de Cristo e a controvérsia que estava a ser gerada nos comentários do último post.

http://forum.thomar.org/viewtopic.php?f=8&t=8


O Fórum permite comentários dos nossos ilustres anónimos (para não perder a graça), porém, recomendamos fortemente que se registem, bastando para isso um username, senha e e-mail, simples.

Esperamos que gostem!

12/03/2008

A PEDRA OBLÍQUA DE SANTA MARIA

AUTOR: DEGRACONIS

Após o artigo da Crucificação de Santa Maria, eis a Revelação. Serve este Post para revelar parte das investigações que se efectuaram no ano transacto e as suas consequentes conclusões, se bem que provisórias. Por falta de oportunidade e alguma preguiça para a escrita, só agora é apresentado ao Blog, não obstante já ser do conhecimento de quem tem participado nos jantares.


Como é do conhecimento de todos, corre por tradição em Tomar velhas historias sobre secretas galerias e subterrâneos que ligam diversos pontos de Tomar.

O único referenciado em documentos com alguma antiguidade, seria o que tem início em Santa Maria e terminaria na Torre de Santa Catarina, ou vice-versa. Se na torre de Santa Catarina temos o problema de estar parcialmente aterrada e não ser possível encontrar vestígios do acesso a esse túnel, em Santa Maria temos algo de substancial, a LAJE OBLIQUA.

As escavações efectuadas em Tomar (margem esquerda) permitiram encontrar camadas de terras sedimentares ou de aluvião, que indica terem sido essas terras do tipo pantanosas, impossibilitando a construção de túneis seguros e que passassem por debaixo do rio Nabão, pois teriam que descer a grande profundidade sujeitando-se a infiltrações ou desabamentos.

Contudo, podemos pensar que essa grande laje de dois metros por um, que se encontra em frente ao absídolo do lado da Epístola e se diferencia das outras pelo seu tamanho e posição obliqua, seria a entrada para uma cripta invés do acesso ao tal túnel de que falam as lendas. Túnel que alguns afirmam já terem penetrado sem contudo o terem percorrido mais do que alguns metros, outros dizem que houve quem muito se aventurasse e nem tivesse regressado.
A possibilidade da existência de uma cripta é legítima dado não ser atípica a presença destas em locais como Santa Maria, amiúde das vezes com a intenção de preservar relíquias sagradas. Na igreja da Graça em Santarém constatámos a existência de uma. Alias, este tema de Santarém já foi abordado noutro post. Recordo que inicialmente era em Santa Maria que estava guardada a relíquia de S. Gregório de Nazianzeno que podia eventualmente estar nessa cripta

Outras lendas, impulsionadas ou mesmo principiadas, pelo livro Gisors ou Tomar do Guiguand, apontam que debaixo do castelo ou charola estaria escondido algum tipo de tesouro templário. Sobre este assunto, de uma possível cripta debaixo da Charola existe relatos que nos dão uma forte indicação de ter existido algo. Esses relatos chegam mesmo a dar detalhes precisos sobre o que foi visto. Reportam-se estes relatos ao último século e mais não se pode adiantar por solicitação expressa de quem sabe do assunto.

No entanto, empreendeu-se há umas décadas a escavações no castelo, quiçá na procura da veracidade dessas lendas, tendo-se encontrado uma cisterna. A cisterna junto à torre de menagem. Numa das suas extremidades há uns anos encontrava-se uma parede cimentada, e que poderia ser a entrada para um túnel de acesso à charola, visto estar nessa direcção, e uma e outra ficarem unidas por uma linha recta. Hoje julgo estar toda rebocada a cimento excepto os tectos abobodados. Eventualmente a laje que se distingue das outras no lajeado da Charola e que se encontra à frente da antiga Capela da Nª Sra. Dos Anjos seria o outro acesso a esse túnel. Não sendo este o assunto do post retomemos o caminho da devoção para Santa Maria.
Alias, é o facto de estar esta pedra em posição divergente e apresentar um tamanho considerável em relação às restantes pedras que tem levantado uma série de questões e divagações da mais diversa ordem. Não existe visitante a quem não seja essa laje mostrada acompanhada com a questão de ser diferente de todas as outras e apontar a entrada para um suposto subterrâneo.

Antes de avançar, gostaria de recordar que nos escritos que abordam este eventual túnel não se verifica referencia alguma a esta pedra. Tal só se constata nos escritos das últimas décadas. A causa possível poderá ser a sua inexistência em período anterior à década de 40, altura em que talvez se tenha procedido a algumas mudança no lajeado do chão de Santa Maria (mas que julgo que não pelas descrições das obras). Contam as histórias orais que nessa altura foi posta essa grande pedra para tapar o acesso do túnel que se descobriu, e ao qual acederam algumas pessoas. Destas histórias outros poderão dar informações nos comentários.

Para se entender e descobrir novos factos, há que ir aos locais, senti-los e reflectir. A informação prévia é crucial para se conseguir fazer algumas descobertas, mas estas não se efectuam pela mera leitura de livros. Foi o que aconteceu. Uma tarde passada na igreja e a insistência de alguém sempre com a mesma pergunta.

Mas porque está a pedra então inclinada ou na diagonal em relação a todas as outras? A essa questão e sem uma resposta prévia formulada, surgiu a resposta e a prova imediata. E disto que vos venho dar conta. Coisa simples.

Resposta que dei na altura e que a mim próprio surpreendeu: A Pedra não está em posição estanha em relação às outras. São todas as outras que estão incorrectamente posicionadas. O chão foi todo alterado algures no passado, tendo esta mantido a sua posição original, Prova disso encontra-se no Púlpito.

O Púlpito assentava sobre o antigo lajeado, e quando se procedeu à mudança durante as obras na década de 40, não se levantou o Púlpito. Talvez por ser complicado e desnecessário. Deixou-se ficar este assente nas pedras anteriores à mudança. Pode não ter sido aquando destas obras, mas nas de 1840 dado ter havido alterações no pavimento nessa altura, ou pode mesmo ser anterior. Não conseguir verificar ou ter acesso a dados que permitam-me concluir quando o chão foi remexido. Espero que alguém forneça esses dados nos comentários.

Apenas apresentei esta possível teoria ao rapaz, o qual no dia seguinte juntamente com outro elemento do grupo foi com uma bússola verificar a orientação dessas pedras do púlpito e a da pedra obliqua. A direcção é exactamente a mesma. Prova essa que pelos vistos tem escapado a todos os que andam a divagar com essa pedra (ou não).

No boletim da câmara pode-se constar que quando questionada sobre a pedra, afirma nunca ter sido a pedra removida por ser excessivamente pesada.

Com este dois factos podemos já concluir que afinal são todas as outras pedras que estão na posição errada.

Conclusão breve, até porque isto é apenas parte da investigação, e muitas ilações e pistas podem agora ser seguidas. Estava eu na posse de conhecimentos mas nunca os tinha juntado. Das obras levadas a cabo e do que a câmara dá conta, que até pode não estar correcto, mas que juntamente com a constatação verificada no púlpito, assume toda a importância e dissipa duvidas sobre a orientação da pedra ser estranha. Não é estranha, seriam todas as outras.

Lembro que as sondagens efectuadas pelo meu homónimo do Politécnico apontam para inexistência de qualquer galeria debaixo dessa pedra. O Prof. Larchier foi peremptório nas suas afirmações tendo-se referido exactamente a esse facto verificado pelas sondagens. Contudo verificou-se a possibilidade de estarem em Santa Maria os restos mortais dos Mestres Templários.

No entanto, o mistério não morre aqui e julgo este post não ser funesto para a mítica templária, apenas nos orientou noutro sentido, porque podemos andar quinhentos anos para trás. A pedra está naquele local pelo menos há quinhentos anos, data do púlpito renascentista.
Enfim, coisas simples…


(a partir da pág 6)


11/25/2008

Túnel descoberto no Templo de Stª Maria do Olival

Vivem!

Em primeiro lugar, devo dizer que o túnel já foi tapado à umas semanas… ou seja neste momento o que podem ver em visita ao Templo é apenas as obras de conclusão dos arranjos exteriores do Templo.

*O pano está a tapar a parede interior, rebocada do tunel.

Quando o tunel foi descoberto ou encontrado (em 29 de Outubro) estava em Chaves e por lá permaneci mais uns dias, na ânsia de chegar a Tomar para “matar” a curiosidade… Contudo quando cheguei, o túnel já tinha sido desvalorizado, por varias entidades (membros da câmara, membros do actual IGESPAR, etc), que em visita ao local afirmaram ser um simples canal onde passaria o Ribeiro Salgado e que não havia interesse em explorar e que em breve seria fechado.

Realmente foi fechado pouco tempo depois, penso que se usou betão, mas não para o encerrar de vez, mas sim para a construção da nova escada lateral, em substituição da antiga. De qualquer modo o uso do betão em monumentos desta importância é sempre um atentado! Como conservador restaurador não posso pactuar com estes assassinatos, apesar de nada puder fazer a não ser criticar… e ver o nosso património a ser desvalorizado!

*Viva o Betão!!! Hoje em dia em qualquer intervenção é obrigatorio (senão corre o risco de ruir!) o uso de betão! E quanto mais melhor! Viva os nossos engenheiros!

Mas voltando ao túnel… se é de facto um canal para desviar as águas do Ribeiro Salgado não sei… mas este ainda há bem pouco tempo foi desviado para um colector pluvial nas obras nas traseiras do Templo.
Contudo a planta que o túnel apresenta é um pouco estranha… Através do desenho que apresento, da planta elaborada pela DGEMN, espero que todos os leitores percebam.

O túnel tem cerca de 18 metros de cumprimento, cerca de 1,50 metros de altura (inicial, pois vai diminuindo) e cerca de 1 metro de largura.
O túnel como está actualmente apenas começa a ser túnel num sentido, contudo a anterior entrada seria mais perto da porta lateral norte, ou pelo menos nessa direcção pois na intervenção da DGEMN fez-se o actual chão que rodeia o Templo, este impede a visualização da continuação do túnel, contudo é totalmente perceptível que iria na direcção da porta lateral norte do Templo. Continuando então na descrição do túnel, passado cerca de dois metros do muro que sustenta as terras, na direcção norte faz uma curva com cerca de 90 graus de ângulo e segue paralelamente ao templo em direcção ao Ribeiro Salgado, tem cerca de 18 metros de cumprimento, até que se chega a outra curva de com ângulo de 90 graus… pouco à frente (cerca de 1m) o tecto desabou e o caminho esta obstruído.

*Parte do túnel desabada.
Outra questão interessante é o facto da parede do túnel, a que está paralela às escadas laterais, estar rebocada. Na minha opinião, penso que este reboco corresponde à época da intervenção da DGEMN nos anos 40, pois aquando das obras de construção da escada lateral o túnel teria desabado, até à primeira curva, onde actualmente começa o túnel… Mas nesta teoria surge uma duvida… será que antes da intervenção da DGEMN já se teria algum acesso ao túnel ou seja alguma entrada… é bem possível… pois se reparar-mos na altura do chão dentro dos anexos deitados abaixo nos anos 40 estará muito perto do tecto do túnel, ou seja poderia ter-se acesso ao túnel ainda antes das intervenções da DGEMN. É de reparar que a parede do anexo estaria muito próximo com o túnel. Além de que não sabemos para onde continuaria o túnel.

*Se reparar-mos bem conseguimos perceber a existencia de outro patamar inferior nos anexos.

Na descrição do túnel temos que considerar ainda que tanto a parte inferior como a superior do túnel é construído com lajes ou seja poderia ter a função de canal de água e faz mais sentido que fosse para canalizar as águas da chuva para o Ribeiro Salgado. Assim temos de considerar outra situação, na parte frontal do templo do lado norte existe um escoador de água no início das escadas (obra da DGEMN) este que vem dar perto da esquina do templo também do lado norte, penso que este vai em direcção ao Ribeiro Salgado também paralelamente ao templo, podendo perfeitamente este continuar para o túnel, pois este situa-se num plano mais baixo.

*Penso que esta intervenção seja da DGEMN e servisse para esxcoar a água.
Está teoria pode ter algum sentido pois se reparar-mos bem à medida que entravamos no túnel este começava a ficar com menos altura, devido a restos de lama e terra (naquela altura estavam secos), assim percebemos também que o túnel à medida que se vai aproximando do Rib. Salgado vai ficando ligeiramente inclinado.
Para se perceber melhor seria necessário consultar a rede de escoamento de águas da envolvente do Templo, contudo não sei se haverá sequer… mas deixo uma planta do templo anterior às obras da DGEMN.

*Planta do Templo de 1934.

Com tanto paleio devo dizer em jeito de conclusão que não consegui perceber se o túnel é contemporâneo das intervenções da DGEMN ou se anterior…
Para comparação demonstro outros túneis:

*Um túnel do aqueduto que servia para transportar água para o Convento de Cristo, foi mandado construir pelo Felipe I (1593) e acabado pelo Felipe II (1613).

*Túnel para transporte de água, encontrado em Castelo Branco à poucos meses, este tínel tem aproximadamente entre 200 e 300 anos.
Outro achado interessante que poderá ou não ajudar a percebermos a datação do túnel, é que numa das lajes que servia de tecto ao túnel, tem um desenho a carvão de uma cruz, porém percebe-se que o desenho foi feito antes da sua colocação, pois o desenho vai até às extremidades da laje ou seja até depois do sitio que era suposto assentar…


Também achei estranho o facto de nenhum jornal/radio da região comentar este achado… pois seria uma notícia interessante, penso eu, assim aqui fica para quem queria adicionar informações ou apenas trocar ideias o faça de forma livre e aberta.

11/18/2008

Pentagrama na Torre da Igreja São João Baptista

Da mesma autoria do post anterior. Mais uma vez Obrigado! Um abraço.

Outra ocorrência do Pentagrama em Tomar

Embora haja mais casos, ainda mais esclarecedores, àcerca da carga simbólica subjacente a este esquema geométrico, que não nos atrevemos aqui a divulgar, aproveitamos a deixa anterior, para revelar outra ocorrência do Pentagrama, a qual poderá ter passado despercebida. Trata-se da pedra que, muito provavelmente, terá constituído o tímpano da antiga capela anterior à Igreja de S. João Baptista, agora embutida na Torre Sineira. O ângulo do vértice superior que encima a flor-de-lys (que é, na verdade, uma flor de ÍRIS=IRIA), é da ordem dos 108 graus. A coincidência é, certamente, significativa. Porquê, no entanto, esta predilecção por este signo, o pentágono estrelado? Grande segredo que importa descobrir...
Adiantamos ainda que, para nós, o animal que está representado à esquerda é um Leão, reconhecível pela juba que só no local é visível (constituída por pequenos ”V” invertidos, tratamento aliás idêntico a outras representações do mesmo animal, noutros locais e épocas), assim como, o da direita, é um Cão com uma Lebre na boca (devemos esta última interpretação ao nosso amigo Azul, cuja intuição nos pareceu genial, face aos caminhos que a mesma nos abre). Ao contrário de Maurice Guinguand, não lemos o motivo central, como sendo a constelação da Taça, mas é uma Taça, não temos dúvida nenhuma. A aproximação da Taça e da Flor-de-Lys, demonstra que ambos os símbolos são equivalentes e são-no efectivamente.

11/16/2008

Santa Maria Speciosa in Campis

Este post foi gentilmente enviado para o meu mail, contudo o seu autor preferiu ficar no anonimato. A ele só temos de agradecer pela vontade de participar activamente no blog. Obrigado. Até breve!

Santa Maria Speciosa in Campis – Alçado ocidental
O pentagrama comanda a disposição dos principais elementos arquitectónicos. Aplicado com sabedoria, a outras obras de carácter Tradicional, revela os seus segredos. Compete ao leitor avisado, aprofundar o cânone. Eis a razão pela qual, Leonardo Da Vinci, transmitiu aos vindouros a famosa figura do “Homem de Vitrúvio”

11/11/2008

JANTAR DE CONFRATERNIZAÇÃO




Saudações a todos!

É com gosto que comunico a realização de mais um jantar de confraternização entre os participantes deste blog.

Ocorrerá no dia 6 de Dezembro próximo, em Tomar.

O ponto de encontro será junto a estátua do Venerável Mestre Dom Gualdim Paes [Praça da República], às 19h00 de onde seguiremos para
local a ser ainda marcado.

Aos interessados em participar, por favor, enviem um e-mail para jantar@thomar.org com o nome, contacto telefónico e no caso de virem acompanhados, os respectivos nomes dos acompanhantes.

Lembro que a finalidade do jantar é de confraternização e troca de idéias, todos os leitores deste blog estão convidados e não se faz necessário prévio conhecimento de ninguém, portanto, havendo vontade de novas pessoas em participar do jantar, serão muito bem vindas.

11/02/2008

Rosslyn Chapel

Quem visitar as terras da Escócia, uma dos mais fabulosos monumentos que existe por estas paragens trata-se da capela de Rosslyen (Rosslyn Chapel).

A Capela de Rosslyn encontra-se num vilarejo a 30 minutos da cidade de Edimburgo e é facilmente acessível pelo bom sistema de autocarros urbanos da cidade.

Hoje em dia, muitas pessoas associam (bem ou mal) a capela de Rosslyn ao livro best-seller e filme "O Código Davinci" de Dan Brown, mas a capela de Rosslyn é muito mais que uma referência numa obra de ficção, possuindo uma grande e variada riquesa arquitectónica, histórica e simbólica.

Creio que muito antes de falarmos sobre a capela é preciso desmistificar e separar o que existe entre a histórica capela de Rosslyn e a ficção de Dan Brown. Sem dúvida o livro "O código de Davinci" e o filme homólogo fizeram muito bem a capela, tanto do ponto de vista de divulgação turísitica bem como do ponto de vista financeiro. A quando da visita, os guias comentam que antes do lançamento do livro a visitação diária da capela (por turistas) era em torno de 8 a 12 pessoas/dia, atualmente a capela recebe uns espantosos 1.500 visitantes diários! Considerando o custo de 10 libras por ingresso, podemos considerar que a capela ganhou muito com a obra.

É importante perceber que só porque a capela se tornou popular devido ao livro não quer dizer que tenha mais ou menos mérito que antes, para quem conhece a Quinta da Regaleira, podemos traçar um paralelo e pensar como considerariamos a Quinta da Regaleira se amanhã um livro ou um filme a tornasse meca de peregrinação turística.



Ao aproximarmos da Capela de Rosslyn nos deparamos com uma grande extrutura a cobrir a capela, tal foi feito no plano de obras de reparação e conservação do património. A extrutura construída em volta da capela tem duas funcionalidades, primeiro para permitir acesso a toda área externa (incluindo telhados, cachorros, capitéis, janelas, etc) a outra é um grande telhado para proteger a capela da chuva e permitir que a pedra possa secar antes de efectuarem a protecção externa contra a água e a humidade e a reparação interna dos problemas por esta causadados.



Historicamente, no local onde se encontra a capela de Rosslyn estava prevista a construção de um grande templo disposto em cruz, em facto, os alicerces desta grande empreitada chegaram mesmo a serem construídos por volta de 1443~1447. A nave deste templo teria por volta de 27 metros de comprimento.

Contudo, antes de adentrarmos na Capela propriamente dita, recomendo uma visita as cercanias da mesma, os seus jardim/cemitério.

Obviamente, e contrariando o que seria esperado, não vamos encontrar retro-escavadoras e malta esbaforida com pás a profanar tumulos e enfiar esqueletos para dentro de sacos, encontramos um bonito e bem cuidado jardim de relva verde e bem tratada com as campas devidamente conservadas.





Uma das campas, inclusive, possui uma simbologia que nos pode ser bastante familiar. ;-)

A construção de Rosslyn se deve ao conde William Sinclair (St. Clair), ultimo conde de Orkney, que gastou 40 anos e uma grande fortuna na realização desta magnífica obra.

O conde Sinclair era um homem que vivia um dilema. Sendo possuidor de um segredo como evitaria que este caisse em mãos erradas ou se perdesse? A escrita de um pergaminho ou livro, mesmo com exagerado uso de "linguagem dos pássaros", era frágil e poderia ser facilmente destruído, ou se por ventura caisse em mãos erradas poderia ser escondido dos olhos certos. A tradição oral é frágil como a vida e fiável como a memória. A melhor forma de esconder algo, seria colocando a vista de todos, em um magestoso livro em pedra que apenas os conhecedores da chave poderiam decifrar obtendo dos não iniciados uma simplória e estupefacta admiração. Interessante também é a origem da palavra "Rosslyn", que vem do hebraico e significa "O lugar do segredo oculto."

Rosslyn foi construída quase 150 anos após o presumível fim da Ordem do Templo, contudo a ligação da família St. Clair com os templários é muito mais profunda.

O fundador da ordem "Hughes de Payens" foi casado com "Catherine St. Clair", sendo afirmado que foram os dois a estabelecer a primeira comendadoria dos templários em terras da Escócia. Muitos outros membros da família "St. Clair" foram também membros, além da família ser também conhecida por sua generosidade a ordem.

Durante a perseguição aos templários, muitos dos seus membros se refugiaram na Escócia que naquela época fora excomungada pela Igreja e existem relatos de "guerreiros de manto branco" que auxiliaram Robert the Bruce na batalha de Bannockburn no dia de São João, o que foi decisivo para a Escócia se libertar da Inglaterra.

Durante a visita a Rosslyn somos surpresos ao saber que todo o dia 24 de Junho um grupo denominado "Scottish Knights Templar" ou "Cavaleiros Templários Escoceses" reune-se na capela para comemorar a data.




Subindo na estrutura construída externamente a capela podemos apreciar de perto o telhado e os capiteis da obra, muitos detalhes que só podem ser admirados nestas circunstâncias e que são simplesmente invisíveis a quem se encontra no chão.

O conde William St. Clair, também era conhecido pelo estravagante título de "Cavaleiro da Vieira e do Velocino de Ouro", e aqui cabe uma interpretação pessoal minha em que relaciono a Vieira ao caminho de Santiago de Compostela e o Velocino de Ouro a epopéia grega de Jasão e os Argonautas.

A técnica de construção da capela é por sí só impressionante. Antes de efectuarem qualquer corte em pedra, eram feitos modelos em madeira de balsa! As colunas e estatuas eram primeiramente esculpidas em madeira, permitindo que fossem feitas alterações antes de partir para o modelo final.

Contudo a capela de Rosslyn não é uma obra acabada, de facto, a capela de Rosslyn é apenas uma pequena parte do que seria todo o complexo a ser erguido. Podemos apreciar a ousadia do projecto completo apenas apreciando as colunas que se erguem na face oeste da capela e que seriam usadas numa extrutura muito mais alta e larga que a capela.



São controversas também algumas histórias que ligam a família Sinclair a práticas pagãs bem como uma interessante ligação a família com a protecção e livre passagem a tribos ciganos, contudo expecula-se que se tal seja um facto verídico a explicação era aceitável haja visto o povo cigano tomar culto a "Sara Kali" o que denota uma ligação a lenda do Graal e da Virgem Negra, o que torna ainda mais curioso a narrativa de um cronista sobre uma "virgem negra" que se encontrava na crypta de Rosslyn e que veremos mais a frente.

Interessante também a influência do evangélio apócrifo "O Evangélio do amor de São João" na arquitectura e decoração da capela.



A capela tem um arquitectura gótica, e em todas as paredes vemos entalhes simbólicos, na dobra esquerda da parede sul encontramos talhados muitos compassos, encontramos também no exterior uma cabeça que se pode identificar como sendo possivelmente de "Hermes" além de uma cena que pode por alguns instantes nos trasporta a obra de Humberto Eco "O nome da rosa", onde temos um padre em forma de Raposa pregando a Gansos.



Existe uma grande quantidade de marcas de canteiro na capela, contudo o tamanho diminuto aliado a proibição de se retirar fotos na capela não permitiram seu catálogo.



Antes de entrar na capela, uma última volta pelo jardim nos permite encontrar uma curiosa pedra com a inscrição "KING OF TERROR", "Rei do Terror" e que possivelmente vamos encontrar uma possível explicação na cripta.



Muito embora Rosslyn tenha sido construída quase 150 anos após o presumível fim dos templários, Rosslyn é dotada de uma grande carga de simbolismo que nos remete a eles, embora muitas vezes de forma espampanante o que contrasta em muito com a simplicidade de forma e estilo que encontramos em Santa Maria dos Olivais, que muito embora não sendo tão ricamente ardonada não deixa de ser uma ampla referéncia a estes.

Rosslyn parece também ter sido um destino de uma peregrinação que se iniciava no sul de França e que era conhecida como o "Caminho do Alquimista" ou o "Caminho do Neófito". Muito embora alguns defendam que seria o destino final de uma peregrinação que passaria por Santiago de Compostela.

Ao entrarmos em Rosslyn somos defrontados por um trabalho onde duas mãos revelam o cordeiro de Deus, por de trás do altar mor, uma escultura de nossa senhora com o menino Jesus.

Antes de apreciarmos própriamente a capela, uma escada do lado direito do altar nos direciona para a cripta da capela.



É citado por algumas pessoas que a cripta albergaria em seu interior uma virgem negra, atualmente a cripta abriga algumas pedras funerárias retiradas de uma aldeia templária em ruínas que existe a alguns quilómetros de Rosslyn.



A cripta possui duas salas contínuas, uma a direita e uma a esquerda bem como uma lareira na parede direita (norte).

A pequena sala a esquerda hoje trata-se uma sala de arrumos onde encontram-se algumas peças que foram se desprendendo da fachada da capela bem como outras encontradas nas cercanias.



Muito embora consideramos esta pequena capela uma cripta, devido a particularidades do terreno onde Rosslyn está inserida, na verdade, a cripta não está totalmente imersa em terra, possuindo a face este a superfície o que permite a existéncia deste magnífico vitral da elevação de cristo aos céus. Os vitrais não são originais, foram instalados por ocasião da visita da rainha Victória que ao reconhecer a magnitude da capela e o seu estado de abandono resolveu efectuar algumas obras de conservação e restauro. Contudo, pode-se perceber a referéncia a Maria Madalena neste vitral em específico através da auréula roxa.



Retornando a capela própriamente dita, entre todas as maravilhas arquitectónicas um dos maiores destaques se dão as colunas do mestre e do aprendiz.



A quando comentamos da coluna do mestre e do aprendiz, tende-se a imaginar que a coluna mais imponente tenderia a ser feita pela mestre e a de menor brilho a do aprendiz. De facto, a história em Rosslyn é diferente, relatando que após terminar uma das colunas, a que se encontra a norte, o mestre canteiro recebera de seu patrono um pedido para realizar uma coluna ainda mais elaborada, incerto de ser capaz efectuou uma viagem ao estrangeiro para adquirir inspiração. Durante a auséncia do mestre, o aprendiz de canteiro tendo vislumbrado uma coluna num sonho efectuou a obra. O mestre ao chegar e se deparar com tal prodígio e atormentado por grande inveja matou o aprendiz.

Essa história, verdadeira ou não, é, talvez, uma conexão a lenda de Hiram Abif, base da filosofia maçónica.



Creio que seja possível travar um paralelo interessante entre a coluna do Aprendiz e a Janela do Capítulo em Tomar, muito embora seja necessário tomar certas liberdades nessa interpretação.

A coluna em questão parece simbolizar a árvore da vida, que une a terra, o céu e os mundos intermédios entre eles. No topo da coluna encontramos doze elementos que parecem representar as constelações zodiacais, as espirais as raizes ou mesmo os braços espirais das constelações, por fim, as raizes penetram nos elementos terrenos vindo do celeste, e um dragão rodeia as raizes como uma alegoria de roubo da fertilidade.

Mais interessante é perceber que ao fundo da capela encontram-se dois rostos esculpidos, um com aspecto jovial olhando serenamente para a coluna do mestre e outro com aspecto de um velho martirizado a olhar para a coluna do aprendiz, talvez um castigo ao mestre por ter morto o aprendiz.



"O navegador Henry St. Calir, primeiro conde de Orkneys, nevaegou até ao novo mundo em pelo menos duas ocasiões no ano de 1400." Tal afirmação poderá ser ou não verdadeira, contudo é uma das possíveis explicações para um dos grandes mistérios de Rosslyn. Num dos lintéis do lado direito da porta sul somos surpreendidos por esculturas de aloés, nas janelas encontramos esculturas de milho bem como uma grande planópia de outras flores e plantas, até aí não teria grande significado se as mesmas não fossem originárias do novo mundo e totalmente desconhecidas na época de construção da capela.

Rosslyn possui também outros mistérios e segredos, bem como lendas e histórias, algumas que são também muito conhecidas pelos visitantes habituais de Santa Maria.
Além da cripta que se encontra acessível, os teóricos da universidade DaVinci (assim são carinhosamente chamados os "adoradores de pedra" que vão a Rosslyn), creem que exista uma segunda cripta por debaixo, e ao centro da capela, e cuja entrada está bloqueada por uma pedra de grandes dimensões, sendo que que a cripta visitável seria apenas um embuste de forma a encobrir a verdadeira. Outra teoria bem aceita é que dentro da coluna do aprendiz está escondido o santo Graal. Como a igreja já foi alvo de ataques, e devido a grande popularidade, os responsáveis pela mesma contrataram especialistas para, como equipamentos adequados e não invasivos, pudessem estudar tais teorias. O radar ultrassom não detectou nenhuma estrutura embaixo da capela excepto as que eram conhecidas, a cripta existente e os tumulos. Contudo o detector de metais acusou uma extrutura metálica dentro da coluna do aprendiz, sendo confirmada pelo ultrassom, contudo o RaioX desmistificou o caso acusando que se tratava de um simples pino de metal usado para fixar uma coluna sobre a outra. Obviamente, apenas um louco acharia que o Santo Graal estaria escondido numa coluna de pedra em Rosslyn, pois todos sabem que o mesmo se encontra escondido dentro da cripta oculta de Sta. Maria dos Olivais ;-)

Falar sobre os mistérios de Rosslyn ainda permitiria escrever muito, e creio que seria mais propício discutir isso num próximo post, quem sabe até traçando um paralelo com a nossa Santa Maria.