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9/22/2011

QUINTA DO CONVENTINHO - parte III

HISTÓRIA, LENDA E MISTÉRIO -  Links: Apresentação | Parte II
Autoria: Paulo Andrade | Cethomar 

3. Personagens da história do Conventinho | O Ministro e o burlão.

Foi o Conventinho adquirido por António Bernardo da Costa Cabral a determinada altura, o qual o transformou numa sumptuosa e verdadeira vivenda estival.


Vários foram os imóveis de interesse histórico adquiridos pelo primeiro Conde de Tomar, ou pelos quais havia manifestado interesse, tendo por vezes enfrentado oposição por considerarem as suas pretensões imobiliárias abusivas. Talvez tenha sido por esse motivo que a aquisição da Quinta do Conventinho se tenha concretizado por intermédio da sua filha Dona Luisa Maria da Costa Cabral, tendo sido no entanto, ao contrário do que aconteceu com o Convento de Cristo, adquirido em hasta pública, um negócio entre particulares, pois sabe-se que anteriormente havia pertencido a José Silveira, o vendedor neste negócio, e antes deste, património de Teresa Bernarda de Jesus, a primeira proprietária de que há registo após a expulsão dos frades em 1934.


Portugal Antigo e Moderno de Pinho Leal
Archivo Pittoresco Vol VI de 1863

Poderíamos pensar que Costa Cabral teve um especial interesse pelo património que havia sido de origem templária, até porque é conhecido o interesse que manifestou na aquisição de parte do Convento de Cristo e a atenção que lhe concedeu posteriormente, mas a diversidade de imóveis que constituíram o seu património particular não permitem concluir que assim fosse. Terá sido precisamente, o número avultado de interessantes imóveis na posse das Ordens Religiosas que levaram a estas incidências, mais notórias nas ocupações que o estado levou a cabo, quer após a extinção das ordens, quer na implantação da República em 1910.

Uma outra curiosidade deste convento são as notas falsas que por aqui passaram, ou como se diz, que aqui se lavaram nos tanques de forma a dar-lhes um ar de antiguidade e de manuseadas para que fossem tidas como verdadeiras. Também se conta, e com semelhante intenção, que muitas dessas falsas notas eram espalhadas pelo chão da quinta para serem pisadas para ficarem com aspecto de usadas!

Recriação histórica na própria Quinta do Conventinho (fotografado por nós)

Trata-se de mais uma das personalidades que passaram pela Quinta do Conventinho e fizeram história. Foi esta, Artur Virgílio Alves dos Reis e seu amigo José Bandeira, menos conhecido, mas ambos personagens centrais do escândalo das notas de quinhentos escudos envolvendo o Banco Angola e Metrópole e ainda um pretenso Marquês de Sagres.  

Alves dos Reis e José Bandeira conheceram-se em Janeiro de 1924 a propósito de uns negócios em Angola e no dia 6 de Julho de 1924 Alves dos Reis foi preso pela primeira vez em Lisboa, acusado de burla e abuso de confiança, tendo no entanto alcançado a liberdade. Em Junho de 1925 concretiza um dos seus grandes sonhos fundando o Banco Angola e Metrópole, a partir do qual produzem e introduzem no sistema financeiro as míticas notas falsas de quinhentos escudos, havendo após o escândalo estalar, tremer a credibilidade nos bancos. Talvez seja por isso que se fale em guardar notas debaixo da cama!


Da colossal fortuna que somaram, apostaram na compra de imóveis como forma de assegurarem o seu futuro, tendo sido um desses imóveis a Quinta do Conventinho, adquirida em 1925 por mil e duzentos escudos. Todavia no dia seis desse mesmo ano é preso, voltando apenas a ser libertado em 1945, curiosamente convertido a uma nova religião.
s
Parte IV

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito agradável. A que nova religião se refere?

Anónimo disse...

Ao benfica