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6/11/2011

A MILÍCIA DOS CONSTRUTORES DE TOMAR

OS "PATOS BRAVOS" DE TOMAR
Autoria: Pedro Vieira | CETHOMAR


Ninguém colocará em causa, Gualdim Paes, na infância da nossa nacionalidade, ter dado um valioso contributo para a história da arquitectura de Portugal, não só pela edificação do castelo de Tomar mas também pela promoção de mais uma série de outros edifícios de cariz militar que se estenderam pelo território de fronteira recém-conquistado aos sarracenos.

A introdução de algumas características construtivas nos edifícios defensivos portugueses da época, apreendidas durante a sua presença na terra santa, como sejam o alambor e a torre de menagem, entre outras inovações, colocam Gualdim Paes, decerto, entre os “arquitectos” Tomarenses mais conhecidos que ficaram inscritos na história desta cidade, visto todos os outros que conhecemos com obra arquitectónica em Tomar não serem naturais desta povoação nem terem assentado “arraiais” como o terá feito Gualdim Paes, que muita afeição teve a esta terra, e prova disso são os forais que lhe concedeu. É a Gualdim Paes atribuída a fundação de Tomar.

Terão que passar aproximadamente oitocentos anos para que este feito se volte a repetir, e se Gualdim Paes introduziu práticas construtivas essencialmente de cariz militar, a plêiade de Tomarenses que apresentaremos de seguida, aos quais o anónimo Filius Populi atribuiu a designação de “Milícia dos Construtores Tomarenses”, contribuíram para o desenvolvimento urbano e bem estar de Lisboa, visto estarem na origem da industria da construção civil para venda no início do século XX, algo inédito até à altura.

No artigo “Considerações em torno da Descoberta da Lápide de Gualdim Paes” (a publicar esta semana), dá-se notícia de que Vieira Guimarães e Henrique Pinto se fizeram acompanhar por um tal Gil Cotralha, “mestre de pedreiros”, com o intuito de sondar por debaixo do reboco da parede da capela a possível existência da lápide desaparecida. É quase certo estar a referir-se a Gilio F. Cotralha, natural de Tomar e aí residente, e que mais tarde viria a construir um dos actuais edifícios da Alameda D. Afonso Henriques em Lisboa. Foi precisamente Gil Cotralha, Filius Populi de Tomar, e a sua eventual identificação como Gilio Cotralha que levou um amigo do blog a escrever este seu primeiro artigo após tal constatação.

Se a história de Tomar não registou nomes de filhos seus na lista dos grandes da arquitectura portuguesa, chegou a hora de tirar alguns da relativa obscuridade em que têm permanecido, não porque eram intitulados de “Patos Bravos”, ou fossem de facto arquitectos, mas sim porque foram três homens oriundos das freguesias de Tomar a inaugurar uma nova etapa na construção civil portuguesa.

E porque o blog se debruça sobre temas do património histórico, também disso trata a história que este nosso amigo nos vem contar, onde irá demonstrar que alguns dos mais notáveis edifícios existentes em Lisboa, sobejamente conhecidos de todos nós, são de lavra nabantina. Iremos peregrinar pelas ruas desta antiquíssima cidade, mais antiga que Roma, e conhecer o primeiro prédio construído pelos três audazes de que falará adiante, também o prédio do Cotralha, assim como alguns dos que foram edificados pelos que vieram a seguir tentar a sua sorte na capital, caso para dizer que depois de vir um pato vem um bando. Não estaremos em Tomar, é certo, mas terminaremos numa das casas mais emblemáticas da Arte Nova da cidade Tomarense, construída precisamente pelo homem pelo qual começará as biografias sucintas dos três audazes, finalizando com uma entrevista ao mesmo publicada na Gazeta do ano de 1943. 

                                                                                  Degraconis
                                                                               P'lo Cethomar

4 comentários:

Anónimo disse...

Vivamente interessada em ler este texto.
Berta

Anónimo disse...

É TB UMA PATA BRAVA?

Anónimo disse...

Espero com grande expectativa este vosso texto mas estou com dúvidas se ele é publicado no blog ou não? De onde deriva a expressão patos bravos?
Alberto Ventura

Anónimo disse...

Pergunto como poderei aceder à totalidade do texto? Cordialmente João Miranda.