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7/17/2008

O "Cavaleiro da Ilha do Corvo" e a descoberta dos Açores

Caro(a)s amigo(a)s:

Para despertar o apetite, como proposta de leitura para férias, permitam-me esta sugestão:

Folheiem “O Cavaleiro da Ilha do Corvo” (ed. Temas&Debates/Círculo de Leitores) e “escandalizem-se” q.b. com dados pouco ou nada conhecidos –e outros escamoteados – sobre as antigas navegações no Atlântico. Ou seja, os descobrimentos pré-Portugueses.

Conceito estranho em 500 anos de História pátria.
Camões mandou calar a “musa antiga”. Agora é o momento para navegar “por (alguns) mares já antes navegados”.

D. Manuel I despachou os destroços da Estátua para os fundos do armazém que existia no Paço da Ribeira...

E assim se foi tecendo o Império com as malhas da meia-verdade. A nossa parte cumpriu se bem; mas não apaguemos os méritos dos outros, os nossos “egrégios bisavós”.

Apreciem e divulguem esta “provocação”. Chocante ? A História é para se ir reescrevendo. Nunca foi um livro fechado

Cumprimentos,

Joaquim Fernandes
Universidade Fernando Pessoa

Quem descobriu os Açores, afinal?

O historiador Joaquim Fernandes, da Universidade Fernando Pessoa, no Porto, lançou o romance «O Cavaleiro da Ilha do Corvo», no qual defende, baseado em factos documentados, que a descoberta do arquipélago dos Açores ocorreu muito antes da chegada dos portugueses.

O professor universitário recorda como os navegadores portugueses que chegaram à pequena ilha do Corvo, nos Açores, em meados do século XV, encontraram ali uma intrigante estátua de pedra, representando um cavaleiro com traços característicos do norte de África.

A notícia, normalmente ignorada nos relatos oficiais, tem no entanto uma fonte histórica autorizada: Damião de Góis (1502-1574), o grande humanista português do Renascimento, que descreve, com algum detalhe, no capítulo IX da sua Crónica do Príncipe D. João, escrita em 1567, as circunstâncias em que o inesperado monumento - «antigualha mui notável», como lhe chama - foi achado no noroeste da pequena ilha, a que os mareantes chamavam «Ilha do Marco».

O cronista refere que a descoberta ocorreu no período a que classificou de «nossos dias», ou seja, no seu tempo de vida, provavelmente entre os finais do século XV e os inícios de XVI, no decurso do reinado de D. Manuel I e durante as primeiras tentativas de colonização da ilha do Corvo.

O monumento era «uma estátua de pedra posta sobre uma laje, que era um homem em cima de um cavalo em osso, e o homem vestido de uma capa de bedém, sem barrete, com uma mão na crina do cavalo, e o braço direito estendido, e os dedos da mão encolhidos, salvo o dedo segundo, a que os latinos chamam índex, com que apontava contra o poente.»

Esta imagem, que toda saía maciça da mesma laje, mandou el-rei D. Manuel tirar pelo natural, por um seu criado debuxador, que se chamava Duarte D'armas; e depois que viu o debuxo, mandou um homem engenhoso, natural da cidade do Porto, que andara muito em França e Itália, que fosse a esta ilha, para, com aparelhos que levou, tirar aquela antigualha; o qual quando dela tornou, disse a el-rei que a achara desfeita de uma tormenta, que fizera o Inverno passado, refere o cronista.

Mas a verdade foi que a quebraram por mau azo; e trouxeram pedaços dela, a saber: a cabeça do homem e o braço direito com a mão, e uma perna, e a cabeça do cavalo, e uma mão que estava dobrada, e levantada, e um pedaço de uma perna; o que tudo esteve na guarda-roupa de el-rei alguns dias, mas o que depois se fez destas coisas, ou onde puseram, eu não o pude saber, acrescenta.

A este estranho monumento juntou-se a descoberta, no século XVIII, de um não menos perturbador vaso de cerâmica, achado nas ruínas de uma casa, no litoral da mesma ilha, repleto de moedas de ouro e de prata fenícias, que, segundo numismatas da época e não só, datariam de, aproximadamente, entre os anos 340 e 320 antes de Cristo.

As descobertas fabulosas não se ficaram por aqui: viajantes estrangeiros, no decurso do século XVI, alegaram ter encontrado inscrições supostamente fenícias de Canaã (Palestina), numa gruta da ilha de S. Miguel. Por fim, em 1976, nesta mesma ilha, haveria de ser desenterrado um amuleto com inscrições de uma escrita fenícia tardia, entre os séculos VII e IX da era cristã.

Todas estas perplexidades levaram Joaquim Fernandes a encetar uma longa e exaustiva investigação bibliográfica e documental e a escrever O Cavaleiro da Ilha do Corvo.

No romance, o autor refere um testemunho que reforça de modo evidente o relato de Damião de Góis: um mapa dos irmãos Pizzigani, de 1367, descoberto em Parma, apresenta um desenho com uma figura explícita ostentando uma legenda em latim onde se diz: Estas eram as estátuas diante das colunas de Hércules... Ora esse desenho está colocado à latitude dos Açores, no meio do Atlântico, sugerindo a tradição das Estátuas como marcos-limites do oceano navegável ou conhecido e serviriam para avisar os perigos que corriam os navegadores mais ousados. Mais ainda: a historiografia árabe, do século X, por exemplo, faz referência a essas mesmas estátuas e à sua eventual função de marco dos limites navegáveis, o que credibiliza, por outra via, o testemunho de Damião de Góis. Demasiadas coincidências, pois, para um simples rumor ou lenda...

14 comentários:

Ricardo Branco disse...

Como colaborador do blog, quero agradeçer o contributo do Sr. Joaquim Fernandes. Pois o blog está sempre aberto às opiniões e a postagens que os leitores queiram fazer!
Mais uma vez, Obrigado!

Bem haja

Anónimo disse...

Tomar City

Anónimo disse...

Vou sem dúvida tentar adquirir o livro.
Um bem haja ao autor.

Francisco Canelas de Melo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Francisco Canelas de Melo disse...

Já o livro "História Misteriosa de Portugal" do Victor Mendanha tambem aborda o assunto. Existem dois pergaminhos encontrados no Açores da época moçárabe. O historiador Rainer Daehnhardt tambem aborda o assunto num dos seus livros.

Anónimo disse...

DEGRACONIS

Caso esteja a referir os pergaminhos Coptas que o Rainer Daehnhardt dá a conhecer nesse tal livro, esqueça-os. Julgo que é a mais pura ficção. São dos documentos mais fáceis de se comprar ou trocar nos museus americanos. (Julgo que o aborda em mais um outro livro de sua autoria).

Anónimo disse...

Rainer o tál que despara tiros de canhão na passagem do ano na sua quinta ahaha o tal que tem a espada original do 1ªrei ahahaha.

Anónimo disse...

Dispára e nao despera.

Anónimo disse...

http://aeterna.no.sapo.pt/lusophia/publicacoes_rainer.htm

Anónimo disse...

Oh amigo não tens nada que fazer?????díspara o despara,deves ter muitos amigos assim!MAIS UM ESPERTO.
DEIXA O POVO FALAR OHHHH......

Anónimo disse...

Joga-te a ele, Boby!...

Anónimo disse...

Caros amigos
vamos ter calma com aquilo que se escreve,este é um blog que visa a defesa da Igreja de St Maria e a herança Templária em Tomar e não só.
É bom ver opiniões diferentes mas dentro de certos limites.
Todos temos muito aprender e até morrer assim o faremos,mas como diz um amigo meu não existem verdades absolutas ,devemos ainda seguir uma frase muito simples(veritas filia temporis)a verdade é filha do tempo.
Guerras entre grupos aqui Não!Entre pessoas aqui Não!St Maria esta a cima de todas estas guerrilhas.
Desculpem se estou a ir longe demais,mas no meu caso levo a maxíma dos templários muito a serío (nom nobis domine,nom nobis sed nomini tuo da gloriam).
Para breve esta na calha outro post.

Comprimento fraternos

João

Anónimo disse...

Off-topic...

Uma efeméride de hoje:

1139 - O rei D. Afonso Henriques vence a os Mouros na batalha de Ourique, durante a reconquista cristã de Portugal.

in:Wikipedia

PS: Aqui o pessoal conhece uma das supostas localizações desta batalha aqui na zona? Chão de Ourique (Penela)...

Anónimo disse...

Parabéns Sr. Joaquim Fernandes.
Acabei de ler o seu livro. Um bom estilo literário com a trama ficcional a quase igualar o domínio da História.
Já agora, duas perguntas: a lage e a respectiva inscrição ainda existem? A estátua apontava o caminho para o continente "desconhecido" ou apontava o lugar de onde se regressava?
Um abraço.