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2/09/2007

Extinção da Ordem do Templo

Em 30 de Dezembro de 1308, quando a perseguição dos templários já se tinha iniciado em França há mais de um ano, o Papa ordenou ao Rei D. Dinis que prendesse os templários sob a sua alçada. É então criada uma comissão de inquérito no país. Esta é presidida pelo Bispo de Lisboa e conta com o Superior da Ordem dos Franciscanos e com um jurista, João de Luís. 28 templários são então interrogados, juntamente com outras seis testemunhas. Para evitar que os bens da Ordem do Templo caiam nas mãos de terceiros, o Rei ordena a sua confiscação em Janeiro de 1310, até que a Igreja tome uma decisão oficial sobre a Ordem incriminada. O inquérito levado a cabo em Portugal, sem recurso à tortura, não revela nada de condenável contra o Templo ou contra os seus membros e um concílio provincial, reunido pouco tempo depois para decidir sobre o que deveria ser feito, conclui o mesmo.

Criação da Ordem de Cristo
O Rei D. Dinis fica inquieto com o rumor de que o Papa se preparava para beneficiar a Ordem do Hospital com os bens da Ordem do Templo. Os Hospitalários já possuíam propriedades suficientes na margem sul do Tejo e, se lhe fosse concedido o património dos Templários situado na margem norte do rio, a sua implantação nesta zona estratégica seria de tal ordem que poderiam fazer sombra à autoridade real. Após algumas negociações, o Rei consegue, em 1319, que o património da Ordem do Templo passe para uma nova Ordem, realmente portuguesa.
A bula de fundação Ad ea ex quibus concedida pelo Papa de Avinhão, João XXII, em 14 de Março de 1319, proclama primeiro o nascimento da nova Ordem, denominada Ordem de Cavalaria de N. S. Jesus Cristo e institui a fortaleza de Castro Marim, situada no extremo sudeste do país, na foz do Guadiana, como casa capitular. Em seguida, esta impõe a Regra de Calatrava à nova confraria e coloca-a sob o comando de D. Gil Martins, antigo Mestre da Ordem de Avis. Transfere todos os antigos bens e direitos da Ordem do Templo para a nova milícia, mas coloca-a sob a eminente autoridade do abade cisterciense do Mosteiro de Alcobaça, na diocese de Lisboa. O abade vê-se atribuir o direito de visita e de correcção sobre todas as casas da Ordem de Cristo. Cada mestre da Ordem deverá, pois, jurar fidelidade ao abade, enquanto representante do soberano pontífice. Finalmente, a bula prevê que, em caso de vaga no mestrado, seja escolhida como mestre uma pessoa militar e religiosa, expressamente professa da nova ordem. Infelizmente, no século seguinte, este dispositivo de protecção não conseguirá resistir à ganância dos soberanos portugueses, atiçada pelas enormes riquezas da Ordem.

A Ordem de Cristo, ressurgimento da Ordem do Templo
Os historiadores consideram que a Ordem de Cristo foi o principal refúgio dos Templários que escaparam às grandes detenções de 13 de Outubro de 1307, em França. Esta nova Ordem portuguesa constituiu, pois, o (único?) ressurgimento da Ordem do Templo. A maioria dos cavaleiros templários chegou a Portugal por mar, pois uma parte da frota templária, que tinha partido de La Rochelle para evitar a sua requisição, desembarcou no Porto de Serra d'El Rei, um bastião portuário erigido por Gualdim Pais, hoje desaparecido. Por consequência, a Ordem de Cristo herdou os conhecimentos dos Templários em matéria de construção e de navegação marítima. Estes serão utilizados, um século mais tarde, pelo Infante D. Henrique, o Navegador, governador da Ordem de Cristo, para aperfeiçoar a sua famosa caravela, cujas velas ostentam com orgulho a Cruz dos Templários, e, posteriormente, por Cristóvão Colombo, genro do Grão-Mestre da Ordem de Cristo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Gosto muito deste blog,apesar de estar no estrangeiro ,tudo o que fala da minha terra deixame feliz.Segundo documentos que vi cá em França e que pertenciam aos rosa cruzes portugueses ,Portugal era a principal provincia templária,fiquei muito ademirado,pois sempre ouvi que era a segunda.Documentos que estavam na embaixada de Paris e tal como vi neste blog ai era a capital secreta da ordem,isto tudo nos anos 60.Obrigado pela vossa atenção.

Anónimo disse...

APÓS UM LONGO E INTENSIVO TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO PARA A CADEIRA DE HISTÓRIA DE PORTUGAL NA UNIVERSIDADE, SUPREENDI-ME COMO PORTUGAL FOI TÃO IMPORTANTE E A BELA CIDADE DE TOMAR. AO CONHECER BEM TUDO RELACIONADO COM TOMAR E COM A ORDEM DO TEMPLO E DEPOIS A DE CRISTO É COM GRANDE ORGULHO QUE SOU PORTUGUÊS. ESTE TEMA LEVA-NOS A DESCUBRIR COISAS MUITO INTERESSANTES E FANTASTICAS NO QUE DIZ RESPEITO AO TEMO EM QUESTAO.