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12/09/2010

OS PASTORINHOS DE SANTA BÁRBARA - PARTE IV

ESTRANGEIROS EM TOMAR 
A Cerca Conventual vista por Estrangeiros

São escassas, senão raras, descrições do interior da Cerca propriamente dita. Nem a Charolinha, jóia arquitectónica desse espaço, foi alvo de qualquer menção em obras anteriores ao século XIX.

Raros também foram os visitantes que passaram por Tomar e tenham registado nas suas memórias e diários aspectos relevantes da cidade. Contudo, é possível encontrar algumas impressões da passagem pela cidade desses ditos estrangeiros, debruçando-se estes essencialmente na descrição dos monumentos mais emblemáticos. Aproveitámos esses textos para retirar excertos que se refiram à Cerca, e os utilizaremos como fonte histórica para enriquecer as nossas referências.


 “Na estrada principal de Coimbra a Lisboa, são doze léguas de caminho, pelas montanhas; uma vez atravessadas, descemos a uma bela planura muito extensa, onde se situa um belo Burgo denominado Tomar. Está no sopé destas extensas montanhas, na margem do Nabão, cercado por densos olivais (…)” “Dominado o Burgo, vê-se um castelo no alto da montanha (…)” Juan Alvarez de Colmenar – Ano de 1741.

“ (…) Dirigi-me a Atalaia, a légua e meia da Golegã, cercada por olivais, que passei ao largo por nada lhe achar de especial; feitas três léguas cheguei a Tomar, recebido com caridade pelos padres da minha ordem… Passada uma colina, chega-se a uma enorme praça oval – a Várzea grande certamente -, de onde se vê a povoação e, do lado esquerdo, o Convento dos Franciscanos, todo branco, excelente, com a igreja não desproporcionada e um claustro de óptima arquitectura, quando ficar terminado, já que estão a construí-lo com grande diligência. A povoação, rodeada de olivais, numa planície junto a um pequeno rio, oferece boas condições, com ruas direitas e bem divididas, bastante populosa, e afável. Dominado o lugar e construído numa colina vê-se um grande mosteiro (…)” Gian-Lorenzo Buonafede Vanti – Ano de 1719.


“S. Thomar numa bela e vasta planície cercada por olivais, próximo das ruínas de Nabância, de que está separada pelo Nabão…o da Ordem de Cristo – refere-se ao mosteiro de Tomar – eleva-se no alto e uma montanha (…)” Bushing – Ano de 1779.

“Uma paisagem idêntica prolonga-se até Tomar; aqui e ali vêem-se sobreiros (…). A cidade (vila) de Tomar está situada numa planície, junto à ribeira do Nabão; está inteiramente rodeada de colinas, parcialmente formadas de grés e pedra calcária. A planície onde assenta a cidade está quase inteiramente coberta de olivais que, de longe, lhe dão um aspecto uniforme; mas de perto, os jardins das margens do rio dão-lhe um aspecto mais agradável. No entanto, a região é, na generalidade, árida e seca. A cidade pertenceu outrora aos Templários (…). Do lado sul, junto ao rio, há uma praça bela e vasta – a várzea grande -, rodeada por um muro; esta praça foi construída por ordem do passado rei D. Sebastião, segundo inscrição gravada numa coluna. No alto das colinas que rodeia esta praça, encontra-se um edifício notável, a sede da Ordem de Cristo (…)” Henrich Link – Viagem em Portugal de 1797 a 1799.


“Situa-se este Convento na parte mais ocidental e elevada da vila (…)” J. Cornide Y Saavedra – “Estado de Portugal em 1800”

“(…) Finalmente começámos a subir – tinham passado pela mesa dos Ladrões. Oh! O cenário magnifico, montanhas atrás de montanhas desvanecendo-se no céu azul, em baixo férteis culturas, as oliveiras, as minhas preferidas, desenvolvendo-se bem, e de troncos tão fantásticos, longe, muito longe, Santarém no alto da colina, e perto desta, a igreja dos Templários e o Castelo de Tomar, e o seu aqueduto de arco duplo, através de cujas aberturas vemos os ciprestes, as oliveiras e outras espécies de árvores, e a Olaia, toda de púrpura brilhantes (…) Robert Southey – 18 de Março de 1801.


Próximo Capítulo
CRUZ QUEBRADA
Uma Réplica da Cerca do Convento

3 comentários:

Anónimo disse...

A cerca não é do século 17.

RUI GONÇALVES disse...

Meu caro as datas que estão nas legendas das imagens referem-se à data da própria imagem e não da construção. Se vir as outras irá perceber que o padrão sebástico nunca poderia ser da data que referimos. Pedimos desculpa por não termos sido mais claros nisso.

Ana disse...

Onde é a mesa dos Ladrões ou o que é?

Cumprimentos
Akasha